SOBRE A “HISTÓRIA DOS BATISTAS EM
IPUPIARA-
A OBRA DAS MISSIONÁRIAS NO
SERTÃO”.
Mario Ribeiro Martins
Arides Leite Santos realizou o
meu sonho. Escrever um livro sobre a história dos batistas em Ipupiara. Nunca
consegui por várias razões. Uma delas é que desde 1958, comecei a me afastar da
cidade para estudar fora, Xique-Xique, Bom Jesus da Lapa e Recife.
Arides fez e fez bem. Em seu
livro há aspectos interessantíssimos. Até 1970, quando meu pai morreu com 55
anos, ainda acompanhava os fatos por ele contados. Depois disso, perdi o “fio
da meada”.
Poucas vezes, no período de
férias, retornei à Ipupiara. Estava mais voltado para minhas atividades, como
pré-seminarista do Colégio Americano do Recife, depois como seminarista do
Seminário do Norte e finalmente como Pastor da Igreja Batista de Tegipió, no
Recife.
Já em 1975, mudei o rumo, fui ser
co-pastor da Primeira Igreja Batista de Anápolis, ao lado do meu sogro Pastor
Isaias Batista dos Santos e professor das Faculdades de Filosofia e Direito de
Anápolis.
Em 1978, a mudança foi total.
Através de concurso público de provas e títulos, me tornei Promotor de Justiça
do Ministério Público de Goiás, onde me aposentei em 1998, já como Procurador
de Justiça, ultimo grau da carreira ministerial.
Essa digressão é para mostrar
como me distanciei de Ipupiara, minha terra natal, antigo Jordão de Brotas ou
Fundão de Brotas. Não poderia mesmo nunca escrever uma historia dos batistas.
Arides fez um trabalho magnífico,
digno dos melhores encômios. Há aspectos para os quais chamo atenção. As
fotografias inseridas no livro são formidáveis. Uma delas, na página 87, dá uma
saudade enorme. Abaixo da foto está escrito: Áurea, Zenia, Ruth, Eunice, Eunice
Martins, Guiomar, Abelita, Alice, Mário, Adão, Fábio, Timoteo, Paulo e Josué. A
Áurea que aparece na foto foi a minha primeira namorada. Eu devia ter uns 17
anos de idade.
Na primeira parte, trata do BREVE
HISTÓRICO DE IPUPIARA. Fundamenta-se, em parte, na Monografia produzida pelo
Arquiteto Erivelton Santos Costa, com o titulo “REVITALIZAÇÃO URBANA DA CIDADE
DE IPUPIARA(BA), datada de 2002 e produzida para o curso de Graduação,
Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Tocantins.
Com território de 1.180 km,
Ipupiara faz limite ao NORTE com Gentio do Ouro, ao SUL e OESTE com Brotas de
Macaúbas e LESTE com Barra do Mendes.
O capitulo seguinte trata dos
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DOS BATISTAS EM IPUPIARA. Baseia-se no livro de Itamar
Sousa Brito, “HISTÓRIA DOS BATISTAS NO PIAUI-1904-2004- UM SÉCULO DE LUTAS E
VITÓRIAS” (Rio de Janeiro, JUERP, 2003). Através da Igreja Batista de Corrente,
no Piauí, fundou-se a Igreja Batista da Barra (BA), sob a orientação do Pastor
Antonio Viegas.
Por volta de 1920, Arthur Ribeiro
dos Santos se convertera “ao Protestantismo”, aos 32 anos de idade, na cidade
de Barra, onde fora batizado pelo Pr. Augusto Carlos Fernandes, nas águas do
Rio Grande, tornando-se membro da Igreja Batista.
Mais tarde, em dezembro de 1924,
Artur Ribeiro, juntamente com outros cinco membros daquela igreja, em sessão
presidida pelo Pr. Antônio Ascendino Viegas, fundaram a Congregação Batista de
Vila do Jordão.
Um outro capitulo trata da
ORGANIZAÇÃO DA CONGREGAÇÃO BATISTA, mostrando que a história dos batistas em
Ipupiara começa, de forma organizada, em 21.12.1924.
Naquele dia, após o culto da
noite, dirigido por Antônio Ascendino Viegas, evangelista do campo sertanejo,
seis crentes fundaram a Congregação Evangélica Batista do Jordão, filiada à
Igreja Batista da Cidade da Barra.
Os crentes fundadores foram Artur
Ribeiro dos Santos (eleito secretário), João Antônio Durães, João Ribeiro da
Cruz (eleito diretor de culto), Artur Carvalho dos Santos (eleito tesoureiro),
Solina Ribeiro e Dumercina Ribeiro, todos membros da Igreja Batista da Cidade
da Barra. O registro consta da Acta nº 77 da Igreja-Mãe.
Artur Ribeiro dos Santos foi o
homem de Deus que enfrentou as enormes barreiras de seu tempo para implantar o
trabalho de pregação do Evangelho na vila de Jordão.
Do Pr. Antônio Ascendino Viegas
(cunhado do Pastor Augusto Carlos Fernandes) sabem os batistas de Ipupiara que
era membro da Igreja Batista de Corrente – Piauí e que fez várias viagens à
Vila de Jordão, “montado em lombo de animal”, para pregar o Evangelho, batizar
os primeiros convertidos e ministrar a ceia do Senhor aos crentes da
congregação.
No capitulo seguinte trata da
GUERRA ENTRE CORONÉIS: HORÁCIO E MILITÃO. Fundamenta-se no livro de Américo
Chagas O CHEFE HORÁCIO DE MATOS (Salvador, EGBA, 1996), bem como no livro de
Carlos Araújo, MILAGRE NA CHAPADA- ROMANCEIRO DA CHAPADA DIAMANTINA (São Paulo,
Scortecci, 2005).
Sobre o assunto, escreveu também
Mario Ribeiro Martins, em CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS(Goiânia,
Kelps, 2004).
Em outro capitulo trata da
APREENSÃO E QUEIMA DE BIBLIAS, mostrando que no princípio, a congregação se
reunia na residência de Artur Ribeiro, situada atrás do templo católico, “a
igreja matriz”. Os primeiros batistas sofreram perseguição dos fiéis católicos.
Em várias ocasiões, homens
católicos invadiram a reunião dos crentes, como eram chamados, e os obrigaram a
entregar suas Bíblias para serem queimadas. Conforme relatos de irmãos que
vivenciaram os primórdios do trabalho batista em Ipupiara, houve, em duas
ocasiões, na praça principal, em frente ao templo da igreja romana, a queima de
Bíblias apreendidas dos crentes.
Focaliza Arides também a estória
da APARIÇÃO DE UM BODE PRETO e do DEFUNTO PROTESTANTE VERSUS TRONCO DE
BANANEIRA.
Um outro capitulo interessante do
livro é o que trata da PROIBIÇÃO DE SEPULTAR OS MORTOS NO ÚNICO CEMITÉRIO de
Ipupiara. Esta proibição foi comum em todo o território nacional. Relembre-se,
por exemplo, que o grande General Abreu e Lima, por distribuir Bíblias, ao
morrer em 08.03.1869, foi proibido, por ato episcopal do Bispo Francisco
Cardoso Ayres, de ser sepultado no Cemitério Público de Santo Amaro, no Recife.
Teve de ser sepultado no Cemitério Inglês, onde ainda hoje (2009) se encontram
os seus restos mortais.
Em Ipupiara não foi diferente.
Foi necessário que os crentes construíssem o seu próprio cemitério. Durante
muito tempo em Ipupiara, visitei o Cemitério Católico, o Cemitério Batista e o
chamado Cemitério do Velho Arthur. Atualmente (2009), o Cemitério Católico e o
Cemitério Batista foram unificados.
Trata também do PRIMEIRO TEMPLO
BATISTA- ALUGUEL E CONSTRUÇÃO, bem como das CARTAS DEMISSÓRIAS CONCEDIDAS PELA
IGREJA BATISTA DE BARRA para a organização da IGREJA BATISTA DA VILA DE JORDÃO,
no dia 16.06.1938.
Esta parte do livro registra os
46 nomes que formaram a Igreja Batista do Jordão, assim nominados: 1 – Artur
Ribeiro dos Santos. 2 – Antônio Ribeiro dos Santos. 3 – Antônia Ribeiro Santos
Rosa. 4 – Adão Francisco Martins. 5 – Abelita Amorim Santos. 6 – Abelita
Ribeiro. 7 – Arcanja Martins da Silva. 8 – Ana Rita Barreto. 9 – Adelino
Pereira Novais. 10 – Alice de Souza Ribeiro. 11 – Alfredo Ribeiro dos Santos.
12 – Ana Ribeiro. 13 – Bevenuto Ribeiro dos Santos. 14 – Carolina de Souza
Ribeiro. 15 – Carcelina Barreto. 16 – Durvalina Cunha Ribeiro. 17 – Djanira
Ribeiro. 18 – Dioclides Alves da Silva. 19 – Donata de Souza Ribeiro.
20 – Emília Ribeiro. 21 –
Filisbela Ribeiro. 22 – Francolina Ribeiro Martins. 23 – Gasparino Ribeiro dos
Santos. 24 – Gasparino Francisco Martins. 25 – Genésio Ribeiro dos Santos. 26 –
Guiomar Ribeiro Barreto. 27 – Isabel Ribeiro Barreto. 28 – Isidora Maria da
Cruz. 29 – Jovina Martins. 30 – Josué Martins de Almeida. 31 – Jovina Ribeiro.
32 – José Matias de Souza. 33 – Jovelina da Cunha Ribeiro. 34 – Lionarda
Martins. 35 – Laurentina Martins. 36 – Lavínia Ribeiro. 37 – Lindaura Ribeiro
Santos. 38 – Marcolina Pereira Novaes. 39 – Maria Ribeiro Barreto.
40 – Maria Ribeiro dos Santos. 41
– Manoel Ribeiro Primo. 42 – Mário Mariano Barreto. 43 – Petronília Alves
Almeida. 44 – Solina Ribeiro Amorim. 45 – Sofia Martins. 46 – Solina Ribeiro
Barreto.
Quase todos seus parentes, este
autor conviveu pessoalmente com Artur Ribeiro dos Santos, Adão Francisco
Martins (pai), Adelino Pereira Novais, Bevenuto Ribeiro dos Santos, Carolina de
Souza Ribeiro, Djanira Ribeiro (Deija), Francolina Ribeiro Martins (mãe),
Gasparino Francisco Martins (avô), Jovina Martins (avó), Leonarda Barreto
Martins (Dona), Laurentina Martins (tia), Lavinia Ribeiro, Lindaura Ribeiro
Santos, Maria Ribeiro dos Santos (bisavó), Maria Emilia Ribeiro Martins (Iaiá
Maria), Manoel Ribeiro Primo.
Num outro capitulo, trata de
HOMENS E MULHERES DE FÉ, focalizando as biografias de Adão Francisco Martins
(meu pai), Adelino Pereira de Novais e sua esposa Marcolina, Almerinda Ribeiro
Souza (tia), Aristides Antonio dos Santos e sua esposa Luzia, Artur Ribeiro dos
Santos e sua esposa Solina Amorim Barreto, Carlos Ribeiro Rocha (tio),
Gasparino Francisco Martins (meu avô), Laurentina Ribeiro Martins (minha tia),
Pastor Pedro Evangelista de Souza (pai do Pastor Sócrates), Pedro Pereira do
Nascimento e sua esposa Ester Ribeiro Martins (minha tia).
Como se vê, o livro é de uma
riqueza formidável. Em outro capitulo, trata de SAUDE E EDUCAÇÃO NA VILA DE
IPUPIARA: UMA TRISTE REALIDADE. Focaliza vários nomes, entre os quais, o de
Lewis Malen Bratcher, David Gomes. Menciona a ESCOLA DOS DESCALÇOS, fundada por
Artur Ribeiro. A escola recebeu este nome porque era destinada aos meninos que
não tinham sapato e, consequentemente, não podiam frequentar as duas escolas
existentes na Vila do Jordão.
A segunda parte do livro tem o
titulo A OBRA DAS MISSIONÁRIAS NO SERTÃO BAIANO. Destaca o trabalho de Amália
Ferreira Mota, Zênia Birzniek (minha mãe de criação), Maria Leoni Centeno
Duarte, Ruth Isabel Vieira (mãe de criação do Pastor Sócrates) e Débora Pinto
Barros.
Em outro capitulo trata da
DIVISÃO ENTRE OS BATISTAS DE IPUPIARA. Capitulo melindroso, mas focalizado com
muita habilidade. O grupo liderado por Artur Ribeiro dos Santos, que ficou em
poder do templo e demais bens da igreja de origem, instituiu a Primeira Igreja
Batista Independente de Ipupiara.
Os irmãos que se tornaram membros
dessa igreja são: Artur Ribeiro dos Santos, Moisés Pereira de Novais, Salomão
Ribeiro dos Santos, Odete Moura Ribeiro, Jeremias Ribeiro dos Santos, Guiomar
Ribeiro Martins, Jovelina Ribeiro, Durval Ribeiro dos Santos, Isbela Martins
dos Santos, Mirian Ribeiro Martins Novais, Zenilde Ribeiro, Almira Barreto
Martins, Rasma Ossis Leite, Antônia Francisca Pereira, todos da sede, mais doze
membros residentes nos povoados, constando ao todo vinte e seis no rol de
membros.
(Nesse ínterim, no dia
07.01.1970, faleceu de ataque cardíaco, na Praça Principal de Ipupiara, depois
de fazer um sermão evangélico Adão Francisco Martins (meu pai), com 55 anos de
idade).
O grupo liderado por Aristides
Antônio dos Santos e Timóteo Pereira de Novais deu continuidade aos trabalhos
da Igreja Evangélica Batista de Ipupiara, realizando suas reuniões no salão do
dispensário batista, até que fosse concluída a construção do novo templo na
Praça Santos Dumont, o que ocorreu em setembro de 1970. O nome desta igreja
passou a ser Primeira Igreja Batista de Ipupiara, sempre filiada à Convenção
Batista Brasileira.
O capitulo que me chamou atenção
de forma especial e sobre o qual eu nada sabia, eis que me encontrava na
Espanha, cursando o Instituto de Cultura Hispânica, tem o titulo IGREJA MOVE
AÇÃO CONTRA ARTUR RIBEIRO.
O fato se deu em 16.08.1973,
quando a Primeira Igreja Batista de Ipupiara por seu procurador Advogado
Belmiro Sampaio, moveu uma ação de reintegração de posse contra Artur Ribeiro
dos Santos, perante o juízo cível da comarca de Brotas de Macaúbas, com jurisdição
sobre o município de Ipupiara, em busca de provimento judicial que lhe
reintegrasse na posse do imóvel situado na Rua Rui Barbosa, com área de 504 m²,
no qual estão construídos o templo onde a igreja se reunia, um edifício onde
funcionava a Escola Batista Ruth Izabel de Souza, e uma casa para residência
pastoral. Imóvel registrado no cartório de registro de imóveis daquela comarca,
livro 3 – D, fls. 90 e 91 – v.
Como meios de prova, juntou
escritura pública registrada no cartório competente, declaração conjunta
firmada por seis pastores (Pedro Pereira, João Eduardo, Clóvis Lopes, Henrique
Marinho, Antonio Martins e outro não identificado), e arrolou sete testemunhas:
Arlindo Almeida, Natanael pedreiro, Frederico mecânico, Jorge alfaiate, Timóteo
Pereira de Novais, Aristides Antônio dos Santos e Abelardo Pereira da Costa.
Em 29/09/1973, por intermédio de
seu procurador Adelísio Saldanha Souza, Artur Ribeiro dos Santos contestou a
ação. Em sede preliminar, alegou que “o réu deverá ser absolvido de instância
porque, sendo casado e versando a ação sobre direitos relativos a bens imóveis,
não requereu a autora a citação da mulher do réu”.
Antes de adentrar o mérito, a
defesa esboçou um histórico. Aduziu que em 1923 o réu e sua consorte, Solina
Ribeiro Barreto, retornaram ao seu torrão natal – antiga vila de Jordão, hoje
cidade de Ipupiara – convertidos à religião cristã na Igreja Batista de Barra
do Rio Grande.
Aos brados de que protestantes
deveriam ser mortos, conseguiram trazer ponderável número de fiéis a professar
a religião que pregavam.
Em 1932, ajudados por inúmeros
companheiros, começaram a construir o prédio em questão, para nele fixar
residência e também utilizá-lo, secundariamente, como templo e escola de
evangelização. “Decorridos vários anos, começaram a aparecer batistas de seitas
religiosas outras, mas com um ponto comum de identificação: a crença em Cristo
[sic!]”.
A nova seita pregada, querendo se
identificar com aquela já arraigada na consciência do povo cristão de Ipupiara,
em verdadeiro sincretismo, esses novos evangelistas passaram a se apresentar
como únicos portadores das palavras da verdade e da fé. “A esta altura dos
acontecimentos, sem que o réu tivesse qualquer ciência, foi surpreendido com a
presente ação possessória, e mais surpreso ainda ficou quando tomou
conhecimento de que a autora, na tentativa última de lançar uma pá de terra
sobre a seita apregoada pelo réu, ou remeter ao Rei de Belzebu os seus
seguidores, conseguiu... registrar como propriedade dela o prédio objeto da
lide e residência do réu [sic!]”.
No mérito, a defesa aduziu que o
réu teve a posse do imóvel em questão por mais de trinta anos, sem obstáculo
nem oposição de quem quer que fosse, tendo assim adquirido o direito de
propriedade sobre o mesmo, por força de usucapião. “Por isso que vem de argüir
como defesa a prescrição aquisitiva da propriedade imobiliária, interpretação
jurídica essa já reduzida em Súmula do Supremo Tribunal Federal”.
Resumindo: Em 29/04/1974, o juiz
de direito Antônio Rodrigues Barbosa prolatou a sentença. Ele se convenceu de
que a citação foi inválida porque a autora deixou de requerer a citação da
mulher do réu, e extinguiu o processo sem resolver o mérito. “Hei por bem
julgar extinta a presente ação de reintegração de posse, que move a Primeira
Igreja Batista de Ipupiara contra Arthur Ribeiro dos Santos, com fundamento nos
dispositivos legais invocados, independentemente do julgamento do mérito. Em
virtude disso, condeno a Autora ao pagamento de honorários de advogado que fixo
em 10% sobre o valor da causa”.
A audiência para leitura e
publicação da sentença foi marcada para o dia 09/05/1974, às 14 horas, na sala
de audiências daquele juízo, no edifício da Prefeitura Municipal de Ipupiara.
Numa outra parte Arides (2)
focaliza os EVANGELICOS EM IPUPIARA E REGIÃO, concluindo, mediante dados
estatísticos, que “Ipupiara é a cidade com o maior percentual de evangélicos”,
em relação a Brotas de Macaúbas, Gentio do Ouro, Barra do Mendes, Morpará,
Oliveira dos Brejinhos, Ibotirama, Barra e Seabra.
Num outro capitulo destaca OS
BATISTAS DE IPUPIARA NA ATUALIDADE, iniciando suas observações pela Igreja
Batista Renovada (outrora Primeira Igreja Batista Independente de Ipupiara),
localizada na Rua Rui Barbosa, hoje dirigida pelo Pastor Adelso Durães, filho
do antigo Jordão.
A igreja compõe-se atualmente
(2008) de cerca de cento e vinte irmãos alistados no rol de membros, sendo que
além desses existem cerca de oitenta “congregados”, isto é, pessoas que
freqüentam regularmente a igreja, mas que ainda não se submeteram ao batismo,
condição indispensável para se tornarem membros.
A igreja mantém congregações na
cidade de Morpará (BA), no povoado de Pajeú, pertencente ao município de
Xique-Xique (BA), e no povoado de Gregório, município de Gentio do Ouro (BA).
A Primeira Igreja Batista (da
Praça Santos Dumont) é dirigida atualmente pelo pastor Clóvis de Sousa
Nogueira, que nasceu na cidade, é casado com a irmã Eliene Sodré de Andrade
Nogueira e foi batizado nesta igreja.
Antes de ser ordenado ao
ministério pastoral, foi evangelista por muitos anos, e exerce o cargo de
moderador desde agosto de 1994.
Em 16/04/2003, a igreja enviou
carta convidando os pastores da Associação Batista do Oeste – ABO para formarem
um Concílio Examinatório com vistas à ordenação do então evangelista Clóvis de
Sousa Nogueira ao ministério pastoral.
Em 23/05/2003, reuniram-se em uma
das salas da Primeira Igreja Batista em Ipupiara os seguintes pastores da ABO,
a fim de formarem o Concílio Examinatório: Cloves Lopes de Souza (Riachão das
Neves e Formosa do Rio Preto, interino), Djalma Alves Silva (PIB em Luís
Eduardo Magalhães), Ivan de Souza Carvalho (Esperança em Barreiras), Agostinho
Lima de Souza (Esperança em Barreiras), Francisco Geraldo de Oliveira, (Frente
Missionária Oliveira dos Brejinhos), João Eduardo da Silva (PIB em Ibotirama),
Ubirajara Gilvan de Souza Santos (PIB em Barra), Hélder José de Magalhães
(Frente Missionária em Morpará), Paulo Eufrasino da Silva (PIB em Xique-Xique)
e Pedro Pereira do Nascimento (jubilado).
Na sequência da reunião, o
concílio foi formado pelos seguintes pastores: Cloves Lopes de Souza
(presidente), Ivan de Souza Carvalho (examinador), Djalma Alves Silva
(secretário) e os demais como membros.
Após ser examinado em diversas
questões, o irmão Clóvis de Sousa Nogueira foi aprovado. No culto da noite, o
orador foi o Pr. Paulo Eufrasino da Silva. Em assembléia extraordinária, a
igreja, por unanimidade, ratificou o pedido para que o Pr. Clóvis de Sousa
Nogueira assumisse o pastorado da mesma.
A igreja compõe-se atualmente
(2008) de cento e cinquenta irmãos alistados no rol de membros, sendo que além
desses existem cerca de cem “congregados”, isto é, pessoas que freqüentam
regularmente a igreja, mas que ainda não se submeteram ao batismo, condição
indispensável para se tornarem membros. A igreja mantém congregação na cidade
de Brotas de Macaúbas, nos povoados de Bela Sombra e Chiquita, ambos
pertencentes ao município de Ipupiara, além de manter pontos de pregação em
diversos povoados do município.
Coopera com a obra missionária no
âmbito municipal, estadual, nacional e mundial, por intermédio das juntas
missionárias da convenção batista brasileira. Participa do Programa de Adoção
Missionária – PAM, cooperando com os missionários que atuam em Botswana
(África) e em outros países, por intermédio de adotantes do mesmo programa.
O ultimo capitulo tem o titulo de
IPUPIARA NA ATUALIDADE. Nele Arides chama atenção para vários fatos
relacionados ao ensino gratuito, ao ensino de nível superior, à área de saúde,
etc.
Concluindo: O problema mais grave
que os cidadãos ipupiarenses enfrentam nos dias atuais é a falta de acesso à
justiça na cidade onde vivem. Isto porque o município ainda não conseguiu ver
instalada a sua Comarca, quando já se passaram 50 anos de emancipação.
Vale dizer, o Poder Judiciário
(1) ainda está muito distante do cidadão ipupiarense que eventualmente precisa
recorrer a ele. Apesar das imensas dificuldades, a comunidade de Ipupiara
evoluiu de uma pequena vila para uma linda e promissora cidade, eis que
iluminada pela luz do Evangelho de Jesus Cristo.
Seu livro termina com as
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, mencionando entre outros autores e seus respectivos
livros:
ARAÚJO, Carlos. Milagre na
chapada: Romanceiro da Chapada Diamantina. São Paulo: Scortecci, 2005.
BARBOSA, Celso Aloísio; AMARAL,
Othon Ávila. O Livro de Ouro da CBB: Epopéia de fé, lutas e vitórias. Rio de
Janeiro: JUERP, 2007.
BÍBLIA SAGRADA. Almeida Século
21. São Paulo: Vida Nova, 2008.
BRASIL. Constituição dos Estados
Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 1891.
BRITO, Itamar Sousa. História dos
Batistas no Piauí – 1904– 2004 – Um Século de Lutas e Vitórias. Rio de Janeiro:
Juerp, 2003.
CHAGAS, Américo. O chefe Horácio
de Matos. Salvador: EGBA, 1996.
COSTA, Erivelton Santos.
Revitalização Urbana da Cidade de Ipupiara (BA). Palmas (TO), 2002. Monografia
(Graduação) – Arquitetura e Urbanismo, Universidade do Tocantins.
CRABTREE, Baptistas do Brasil, I.
Citado por OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. Perseguidos, Mas Não Desamparados: 90
anos de perseguição religiosa contra os batistas brasileiros (1880 – 1970). Rio
de Janeiro: JUERP, 1999.
FERREIRA, Jurandyr Pires.
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1958, v. XX,
Bahia A–L.
HOLANDA, Sérgio Buarque de.
Raízes do Brasil. 26.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
MARTINS, Mário Ribeiro.
Coronelismo no Antigo Fundão de Brotas. 2.ed. Goiânia (GO): Ed. Kelps, 2004.
MARTINS, Mário Ribeiro e MARTINS,
Filemon Francisco. Dicionário Genealógico da Família Ribeiro Martins.
Palmas(TO): Ed. Kelps, 2007.
MARTINS, Mário Ribeiro. Missionários
Americanos e Algumas Figuras do Brasil Evangélico. Goiânia (GO): Kelps, 2007.
Quem foi Artur Ribeiro. Obtido
via internet. Acesso em: 18/02/2008.
MATHIAS, Myrthes. A Pátria para
Cristo. Rio de Janeiro. Nov/Dez de 1971.
OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de.
Perseguidos, Mas Não Desamparados: 90 anos de perseguição religiosa contra os
batistas brasileiros (1880 – 1970). Rio de Janeiro: JUERP, 1999.
(1). Como Procurador de Justiça
Aposentado do Ministério Público de Goiás e filho de Ipupiara, este autor já
bateu nesta tecla varias vezes. É preciso que apareça um Prefeito corajoso em
Ipupiara e construa um Prédio para o Fórum. Não consulte e não espere qualquer
iniciativa da Justiça Baiana. Quando este prédio estiver pronto, traga-se uma
Comissão do Tribunal de Justiça da Bahia para, aí sim, se começar a falar em
Comarca. É tão fácil: É só pedir ao Arquiteto Erivelton (filho da terra) para
elaborar a planta de um Fórum à luz dos que ele conhece no Brasil. Com a
planta, a própria Prefeitura de Ipupiara começa a construção do prédio.
Iniciada a construção, ai sim, se pode pleitear verbas, através de Deputados
Estaduais e Federais, para a conclusão da obra. O que não se pode é pedir
verbas, antes de iniciada a construção. E nada de se querer adaptar salas de
Prefeitura para Fórum, o que não pega bem e não é recomendável por causa da
independência dos poderes. Prefeitura é executivo, no seu lugar. Fórum é judiciário,
no seu lugar.
(2). Arides Leite Santos,
Ipupiara, Bahia, 14.01.1965. Filho de Emiliano Santos Cunha e Aurelice Leite
Santos. Casou-se com Vilma, com quem tem Leticia, André e Ester. Advogado e
Analista do Tribunal de Contas da União.
Mário Ribeiro Martins
escritor e Procurador de Justiça.
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