CASA GRANDE
Nilo Aparecida Pinto
(Caratinga/MG - 1915-1974-Rio de Janeiro)
A Casa Grande, na fazenda, eu via
abrindo ao sol, com modos patriarcais,
o alpendre, onde meu pai lia e relia
"A Morgadinha dos Canaviais"...
Ficava ao pé da serra, em que eu ouvia,
naqueles dias calmos e rurais,
a cachoeira que, a saltar, gemia,
como eu a dor do que não volta mais.
Meu pai envelheceu. Desfez-se a casa.
Nem ele mais sua bondade expande,
porque a morte o levou, num rufio de asa...
Mas, se o procuro — o seu amor me atrai —, parece ainda maior que a Casa Grande
a sepultura estreita de meu pai!…
(PAVILHÃO LITERÁRIO CULTURAL SINGRANDO HORIZONTES, ORG. DE JOSÉ FELDMAN)
Nenhum comentário:
Postar um comentário