MARIA DAS FLORES
Humberto Rodrigues Neto
A orquídea que um dia foi na mocidade
em tempos de fastígio e de ventura,
Maria ainda conserva com amargura
no cofre imorredouro da saudade.
Do lírio, então em plena formosura,
guarda apenas na mente a suavidade;
hoje tímida violeta fê-la a idade,
ou um miosótis sem viço e sem candura.
Maria agora traz o olhar vermelho
das lágrimas choradas frente ao espelho,
ante um rosto que franze e se esfacela!
Pranto de perda da falaz vaidade,
tributo amargo da fatalidade
de um dia ter sido tão formosa e bela!
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