quarta-feira, 15 de novembro de 2023

MARIA DAS FLORES

 




  MARIA DAS FLORES

  Humberto Rodrigues Neto


 

    A orquídea que um dia foi na mocidade

    em tempos de fastígio e de ventura,

    Maria ainda conserva com amargura

    no cofre imorredouro da saudade.


    Do lírio, então em plena formosura,

    guarda apenas na mente a suavidade;

    hoje tímida violeta fê-la a idade,

    ou um miosótis sem viço e sem candura.


    Maria agora traz o olhar vermelho

    das lágrimas choradas frente ao espelho,

    ante um rosto que franze e se esfacela!


    Pranto de perda da falaz vaidade,

    tributo amargo da fatalidade

    de um dia ter sido tão formosa e bela!


 


Nenhum comentário:

Postar um comentário