quinta-feira, 16 de novembro de 2023

CONFEITOS DE QUIMERA

 



CONFEITOS DE QUIMERA

Miguel Russowsky


Garimpar versos, mais que um exercício,

é voar, sem temor, à estratosfera.

Mansa loucura? Sim. Loucura e vício,

já que toda infração desconsidera.


Isto eu confesso por dever de ofício,

e agora muito mais: - É primavera!

Horas inteiras passo. - Ó desperdício!

moldando mil confeitos de quimera.


Quando acerto ao acaso, numa veia,

mostro orgulhoso e lépido a bateia

esbanjando as pepitas do talento.


Se os aplausos - massagens a meu ego -

disserem: - Vá! - eu sigo qual um cego

brandindo imagens com pincéis de vento.

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