CONFEITOS DE QUIMERA
Miguel Russowsky
Garimpar versos, mais que um exercício,
é voar, sem temor, à estratosfera.
Mansa loucura? Sim. Loucura e vício,
já que toda infração desconsidera.
Isto eu confesso por dever de ofício,
e agora muito mais: - É primavera!
Horas inteiras passo. - Ó desperdício!
moldando mil confeitos de quimera.
Quando acerto ao acaso, numa veia,
mostro orgulhoso e lépido a bateia
esbanjando as pepitas do talento.
Se os aplausos - massagens a meu ego -
disserem: - Vá! - eu sigo qual um cego
brandindo imagens com pincéis de vento.
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