domingo, 5 de novembro de 2023

CADEIRA Nº 38 - MEMBRO TITULAR: THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA

 



CADEIRA Nº 38 - MEMBRO TITULAR: TEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA

PATRONO: IZO GOLDMAN


AUTOBIOGRAFIA

Nasci na Fazenda Santa Cândida, de propriedade dos meus avós paternos: Domingos Dieguez, espanhol e Carlota Esteves, portuguesa – na cidade de São Carlos – SP, em 12 de julho de 1932, durante a Revolução Constitucionalista de 9 de julho, por São Paulo.

Convivi muito com meus avós paternos e também com meus nonos Vincenzo (Vicente) Caliendo e Josepha Capassi. Criança ainda, nos mudamos para Bauru e aos 8 anos, morando em Pederneiras – SP, fui matriculada no Grupo Escolar, onde fiz os dois primeiros anos primários. O 3º ano foi feito em São Carlos, com nosso retorno à cidade e o 4º ano, em Bauru, onde voltamos a morar.

Meu pai, Manoel Esteves Dieguez, era guarda-trem da Companhia Paulista de Estrada e Ferro e minha mãe, Maria Carmela, era do lar e ajudava nas despesas, costurando. Meus irmãos eram Aparecida, João e Dalva (esta falecida com poucos meses). Eu sou a mais nova dos quatro.

Em Bauru fiz todo curso ginasial, no Instituto Educacional Ernesto Monte, onde estudava, além das matérias básicas, Inglês, Francês e Latim, durante os quatro anos. Por querer ser professora fiz o Curso Normal no mesmo Colégio e formei-me professora normalista, com direito a lecionar para alunos do curso primário, em 1951, aos 19 anos. Logo fui chamada para substituir uma professora que estava de licença por três meses e trabalhei em um sítio onde a escola era um galpão de madeira e dando aulas, no mesmo horário, a alunos de 1º, 2º, 3º e 4º anos primários.

Em 1952 prestei concurso na Caixa Econômica Estadual e fui aprovada, chegando a trabalhar por uma semana. Mas, com a possibilidade de lecionar em uma escola, optei por esse emprego e passei a ser a secretária da Escola SENAC Nelson Fernandes, em Bauru.

Fazia o horário comercial quando, com o falecimento de um professor e afastamento de uma professora, passei a lecionar Merceologia e Educação Moral e Cívica, das 19:30h. às 22:30h.

A mudança do SENAC para um prédio moderno e recém-construído, coincidiu com a permissão do curso ginasial e a possibilidade de eu lecionar Matemática e Desenho Geométrico, com um programa voltado a alunos que trabalhavam no comércio e, do trabalho, iam direto para a escola. Aposentei-me em 1982 com a mudança de metas do SENAC para a formação de profissionais. De 1952 a 1982 foram 30 anos em contato com grande número de alunos, que me fez realizada e feliz.

Na vida pessoal, casei-me em 1956 com Airton Pinheiro Brisolla e dessa união nasceram 4 filhos: Airton, Luzia, Raquel e Roberto.

Em 1984, já aposentada e tendo a poesia como lazer, ingressei na União Brasileira de Trovadores, cuja Delegacia da UBT era presidida pelo Magnífico Trovador Helvécio Barros, que viera para Bauru trabalhar em um Departamento da Caixa Econômica Federal. Era de Macau – RN e foi escolhido para o cargo por Luiz Otávio, o fundador da UBT. Até hoje refiro-me a ele com o título de “Meu mestre na Trova”. Ensinou-me a fazer trovas, deu-me “dicas” preciosas e, acima de tudo deu exemplo de humildade!

Classifiquei-me em alguns concursos, ainda em Bauru e, graças à trova conheci Ercy M. Marques de Faria que se tornou trovadora no mesmo ano. Hoje, com o falecimento do nosso mestre e por indicação dele, ela é a Delegada da UBT – Bauru.

Mudei-me para São Paulo com o filho mais novo em 1988, e em 1989, depois de três anos consecutivos nos cinco primeiros lugares em concursos em Nova Friburgo - cidade que é o “Berço da Trova” - recebi o título de Magnífica Trovadora em Humorismo, sendo até hoje a única mulher a ostentar esse título.

Depois, seguindo as mesmas regras de Nova Friburgo, tornei-me Notável Trovadora, em Pouso Alegre – MG – e tenho os títulos de Personalidade da Trova, em Bandeirantes – PR e Mestre da Trova Humorística, em Taubaté.

Tenho a alegria de receber, por duas vezes, o Troféu “Lilinha Fernandes”, que é oferecido ao trovador que somou mais pontos nos concursos, durante o ano.

Participei ativamente das diretorias da Delegacia de Bauru, da Seção da UBT – SP e da UBT Nacional, onde fui secretária durante a gestão da primeira mulher presidente, Domitilla Borges Beltrame. Na Conaprest (Convenção de presidentes das seções da UBT), em 2014, fui a secretária do evento. Com o lançamento de duas novas edições do livro editado por Luiz Otávio, auxiliei na revisão das trovas e fiz o comentário sobre a trova humorística, no livro de Humor.

Nesse ano, aos 80 anos escrevi meu primeiro livro de trovas e poesias “À procura de Estrelas” - 300 exemplares, com o qual presenteei parentes, trovadores e amigos.

Fui julgadora de centenas de concursos e participei de Oficinas de Trovas em diversas cidades. Conquistei nesses 40 anos como associada da UBT, 850 classificações com direito a igual número de diplomas, livretos com resultados, troféus e medalhas.

Tenho classificações em poesias livres, sonetos, haicais, crônicas, minicontos e contos. Representando Bauru fui 1º lugar no “Mapa Cultural”, em âmbito municipal com o conto “O Alfaiate”.

Durante minha permanência por três anos em Curitiba recebi da Câmara Municipal o Diploma de Agradecimento por haver contribuído com a cultura da cidade.

Durante a pandemia, participei da Rede Solidária dos escritores de Recife, com crônicas, minicontos, trovas e poesias para o lançamento de 4 livros cuja renda das vendas foi usada para comprar alimentos às pessoas necessitadas.

Aos 90 anos resolvi aposentar-me da participação em concursos e de cargos na UBT, mas participo de grupos de trovadores novos de Campinas e Sumaré, revisando trovas, corrigindo, dando sugestões, e, a quem me pede ajuda, de outras cidades também. Nessa nova missão revisei as trovas de 6 livros e fui convidada – e aceitei – a fazer o Prefácio de cada um deles.

Atualmente participo do Projeto Vida, da trovadora Vânia Menezes, de Campinas/Sumaré com o relato de um fato que marcou minha vida em algum momento. Minha crônica é sobre a Fazenda Santa Cândida, onde nasci, que foi vendida e só revi aos 80 anos de idade, sem que houvesse nela uma só mudança do que eu conhecia. Foi um momento inesquecível que fiz questão de relatar.

Tenho 91 anos e 4 filhos, 7 netos e 8 bisnetos, graças à bondade e proteção de Deus. 

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