VULCÃO EXTINTO (QUASE)
SONETO AOS 80 ANOS
Miguel Russowsky
Quando quero compor... Viajo de improviso
na boleia do sonho, usando uma caneta.
E vejam... Vejam só! Vou a qualquer planeta
sem passaporte até. Nem dinheiro preciso.
Poeta pensa assim: A vida é uma roleta
que dá prêmios a quem sabe usar, com juízo,
um anseio... uma flor... um " bom dia!" ... um sorriso,
uma carta de amor que mofou na gaveta...
Quando quero compor... empenhado me esforço
para obter o melhor. Dar-me-ia remorso
por velhice calar, qual um vulcão extinto.
Se não quero compor?!... (É mentira, pois quero!)
digo: Poesia é besteira!... É farsa!... É lero-lero!...
Não dá felicidade a ninguém!... (Só... que... minto!)
(LIVRO CANTARES DE UM VULCÃO QUASE EXTINTO, PÁGINA 35)
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