terça-feira, 19 de setembro de 2023

SONETO

 


SONETO

Elmo de Paula Araújo (Além Paraíba - MG)


Minha existência sempre foi marcada

por dores, frustrações e desatinos.

Contudo, eu nunca me queixei de nada,

cumprindo humildemente o meu destino.


As ilusões de amor foram fanadas,

e o som que vem do badalar dos sinos

é como uma canção agoniada,

entoada por espíritos malinos.


Perdi de minha mãe os acalantos,

e a imensidão do meu contido pranto

exprime bem os males que sofri.


Porém me resta na alma torturada

um orgulho que a faz retemperada:

- Em momento nenhum me corrompi!


(A FIGUEIRA, Nº 102, ABRIL/2002, PÁGINA 7, EDITOR ABEL B. PEREIRA)


Nenhum comentário:

Postar um comentário