DESESPERO
Miguel Russowsky (1923 - 2009)
Amei... Perdi... (Nem sorte, nem azar!)
Partir... (?!) Não posso. Estou sem rumo agora...
Sucede que não sei onde chegar...
É falso se dizer: - Homem não chora!
A noite de um ¨Adeus¨não tem aurora...
Sem asas, pode alguém querer voar?
A minha vida, aos poucos, se evapora...
Não há mulher alguma num altar.
Rezar... (!?) sequer me encobre o desespero.
Se as benesses da fé me dessem ganho,
eu rezaria até com muito esmero.
Para uma ovelha, expulsa do rebanho,
existem amanhãs em exagero
e os sonhos encurtaram no tamanho.
(ESTRO Nº 108 - AN0 2006)
(FOCALIZADO EM MEU LIVRO ¨FAGULHAS¨, PÁGINAS 169/171)

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