(FOTO DA INTERNET)
EXPECTATIVA
Eugenio de Freitas (1921/2008)
Na ideia de que a vida continua
após deixarmos o terrestre plano,
encontro alívio para a mágoa crua
de estar à míngua de calor humano.
Sozinho, em meio à multidão na rua,
não desconheço o progressivo dano,
de um povo indiferente à sorte sua,
embora intitulado soberano.
Enfrento a luta e meu cantar prossigo,
enclausurado involuntariamente,
da alheia compreensão ao desabrigo.
Mas sei que humilde, em minha paz de crente,
desintegrado o corpo num jazigo,
então minha alma vibrará contente.
(ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL – 1982, página 156, 1º volume)
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