sábado, 27 de maio de 2023

SONETO DE ARVERS

 

                        (FOTO DO PAVILHÃO LITERÁRIO SINGRANDO HORIZONTES)


SONETO DE ARVERS

Tradução de J. G. de Araújo Jorge


Tenho um segredo na alma, e um mistério na vida:

Um repentino amor que me empolga e devora;

Louca paixão que trago em minha alma escondida

E aquela que a inspirou, entretanto ignora…



Ai, de mim! Sigo só, mesmo a seu lado, embora

Levo no coração sua imagem querida

Até que venha a morte, e amanhã, como agora,

Nada possa esperar dessa paixão proibida…



E ela que a alma possui só de ternuras cheia

Seguirá seu caminho, indiferente, e alheia

Ao sussurro de amor que em vão a seguirá…



Presa a um nobre dever, a um tempo fiel e bela,

Dirá depois que ler meus versos cheios dela:

-“Que mulher será essa?…” E não compreenderá…



Nota: Félix Arvers - Paris 1806 - 1850 - foi um poeta francês que se tornou conhecido mundialmente por um soneto escrito em 1831 e publicado em 1833, traduzido para os mais diversos idiomas, inclusive o Esperanto. Poetas brasileiros traduziram o Soneto de Arvers para o Português, entre outros, J. G. de Araújo Jorge, Guilherme de Almeida e Olegário Mariano.

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