quarta-feira, 26 de abril de 2023

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

(IMAGEM DA INTERNET)

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

Filemon Martins


Felicidade - substantivo feminino, uma palavra composta com dez letras  que exprime, segundo os dicionaristas, ¨o estado de espírito de uma pessoa, de quem é feliz, um sentimento de bem-estar e contentamento¨. 

Cada ser humano ao responder esta pergunta, possivelmente terá uma resposta pronta, individual, de acordo com seus desejos e objetivos pessoais.

Essa ideia de felicidade acompanha a humanidade há muito tempo e faz parte da história dos seres humanos desde os tempos remotos. O registro mais antigo vem de um texto de Tales de Mileto que viveu nas últimas décadas do século 7 a. C. Nascido numa pequena colônia da Grécia, região da Ásia Menor, atual Turquia. Segundo ele, ¨é feliz quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada¨.

Todo ser humano busca, de uma forma ou de outra, a felicidade. Modernamente, para uns a felicidade consiste em ter muito dinheiro, possuir bens materiais, cujo poder aquisitivo permite comprar mansões, carrões, fazendas, entre outros bens de valor. Para outros, é essencial ter fama, estar na mídia, ser conhecido por todos com um alto grau de exposição social. Há outros, cuja felicidade depende do cargo que ele ocupa no governo, na sociedade e quanto mais aprovação tiver, mais feliz ele será. Ou seja, a felicidade depende de terceiros.

Mas, o que pensavam os filósofos antigos do mundo grego sobre a felicidade? Sócrates, Platão e Aristóteles, os mais conhecidos da filosofia ocidental.

Sócrates, mais conhecido como o Pai da Filosofia, é a estrela das escolas de humanas, e talvez a maioria já tenha ouvido a frase socrática: ¨Só sei que nada sei¨. Esse era o conceito de felicidade de Sócrates. Reconhecer que nada sabia, para, então, procurar e aprender dentro de si através do conhecimento e da observação. O homem feliz procura o conhecimento para encontrar a verdade. Esse autoconhecimento o faz feliz. 

Platão, o fiel discípulo de Sócrates (que nos legou tudo que o mestre Sócrates ensinou), entende que a felicidade é o objetivo de todo ser humano, mas difere de Sócrates, porque enumera a felicidade como a prática do Bem Ético, coletivo. Defende o princípio da justiça e da verdade e portanto as ações têm efeitos que resultam no Bem (Platão compreende que o homem possui corpo e alma), o corpo é terreno e a alma é imortal.

Aristóteles pensa no conceito de felicidade prático e maleável para o cotidiano. Para o filósofo a felicidade é o resultado de ações que promovam a Ética, uma forma de agir justa e que, em outras palavras, agrade a ¨gregos e troianos¨.

Há uma diferença gritante entre as concepções dos filósofos antigos do que se imagina hoje a felicidade.

Hoje, pensa-se que é mais feliz quem pode comprar os melhores carros, casas, barcos, celulares, smartphones, computadores de última geração ou aqueles que estão em destaque na tela da tv.

Nossos poetas também escreveram sobre a felicidade. Vicente de Carvalho, com o soneto VELHO TEMA: ¨Só a leve esperança, em toda a vida, disfarça a pena de viver, mais nada; nem é mais a existência, resumida, que uma grande esperança malograda. O eterno sonho da alma desterrada, sonho que a traz ansiosa e embevecida, é uma hora feliz, sempre adiada, e que não chega nunca em toda vida. Essa felicidade que supomos, árvore milagrosa que sonhamos toda arreada de dourados pomos, existe, sim, mas nós não a alcançamos, porque está sempre apenas onde a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos¨.

Para os filósofos antigos, a felicidade era autoconhecimento, o agir conforme o Bem e a Justiça Eterna  e não algo que se pudesse comprar, vender e ganhar dinheiro. 


    


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