JOGOS NO INTERIOR
Filemon Martins
É noite. O estádio está lotado. A iluminação dos holofotes refletem a alegria do povo, impaciente e ansioso pelo início dos jogos.
Sente-se que as famílias estão ali reunidas, pais, irmãos, filhos, tios e toda a vizinhança faz comentários sobre as cores dos uniformes de cada equipe envolvida naquele campeonato.
Sentado num dos degraus da arquibancada, observo e cumprimento alguns conhecidos que passam apressados, sem tempo para um aperto de mão.
Fico, por algum tempo, sentindo-me um pária e excluído diante daquela multidão. A solidão naquele estádio é perversamente doída, porque todos estão gritando, assoviando e aplaudindo os atletas, como se cada um ali ao lado fosse um estranho.
A cerimônia de abertura já terminou; os jogos já estão em andamento, mas eu estou ali petrificado, absorto, pensando na minha solidão, lembrando o dito popular: ¨Devagar e sozinho se vai ao longe¨, mas como demora chegar!
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