sexta-feira, 21 de abril de 2023

CRÔNICA JOGOS NO INTERIOR

 JOGOS NO INTERIOR

Filemon Martins


É noite. O estádio está lotado. A iluminação dos holofotes refletem a alegria do povo, impaciente e ansioso pelo início dos jogos.

Sente-se que as famílias estão ali reunidas, pais, irmãos, filhos, tios e toda a vizinhança faz comentários sobre as cores dos uniformes de cada equipe envolvida naquele campeonato. 

Sentado num dos degraus da arquibancada, observo e cumprimento alguns conhecidos que passam apressados, sem tempo para um aperto de mão.

Fico, por algum tempo, sentindo-me um pária e excluído diante daquela multidão. A solidão naquele estádio é perversamente doída, porque todos estão gritando, assoviando e aplaudindo os atletas, como se cada um ali ao lado fosse um estranho.

A cerimônia de abertura já terminou; os jogos já estão em andamento, mas eu estou ali petrificado, absorto, pensando na minha solidão, lembrando o dito popular: ¨Devagar e sozinho se vai ao longe¨, mas como demora chegar!  

 

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