SEGUNDO MARTINS
FONTES, ESTE FOI UM DOS PRIMEIROS SONETOS QUE BILAC ESCREVEU:
Asas ao vento abertas, a gaivota
Parte, buscando a doce companheira;
Roçando as plumas na azulada esteira
Pousa distante, na pequena ilhota.
Ali, dos mares na amplidão ignota,
Oculto pela encosta da pedreira,
Tem ela o ninho pendurado à beira
Da água, entre a relva que viçosa brota.
Quando a procela, nos brutais arrancos,
Açoita irada do rochedo os flancos,
E os ventos uivam com fragor profundo;
Sem temor, em seu ninho, ela, quieta,
É a imagem pura da alma do poeta,
Tranquila, em face das paixões do mundo.
(LIVRO “VIDA E POESIA DE OLAVO BILAC”, PÁGINA 41, FERNANDO JORGE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário