quarta-feira, 10 de setembro de 2025

SONETO DE OLAVO BILAC

 



SEGUNDO MARTINS FONTES, ESTE FOI UM DOS PRIMEIROS SONETOS QUE BILAC ESCREVEU:

 

Asas ao vento abertas, a gaivota

Parte, buscando a doce companheira;

Roçando as plumas na azulada esteira

Pousa distante, na pequena ilhota.

 

Ali, dos mares na amplidão ignota,

Oculto pela encosta da pedreira,

Tem ela o ninho pendurado à beira

Da água, entre a relva que viçosa brota.

 

Quando a procela, nos brutais arrancos,

Açoita irada do rochedo os flancos,

E os ventos uivam com fragor profundo;

 

Sem temor, em seu ninho, ela, quieta,

É a imagem pura da alma do poeta,

Tranquila, em face das paixões do mundo.

 

(LIVRO “VIDA E POESIA DE OLAVO BILAC”, PÁGINA 41, FERNANDO JORGE)


Nenhum comentário:

Postar um comentário