(FOTO DO LIVRO "IPUPIARA & IBIPETUM", PÁGINA 95, DE ARIDES LEITE SANTOS)
QUEM FOI GETÚLIO RIBEIRO BARRETO?
Filemon Martins
Getúlio Ribeiro Barreto nasceu em
Gentio do Ouro, em 10.12.1921, filho de Licínio Gomes Ribeiro e Francisca Alves
Barreto, onde estudou as primeiras letras. Depois, transferiu-se para Ipupiara,
antigo Jordão de Brotas e se tornou próspero comerciante de tecidos,
estabelecido com sua ¨Loja das Meninas¨, na praça principal da cidade, Dr.
Getúlio Vargas. Casou-se com Solina Amorim, nascida em Xique-Xique em maio de
1920. Filha de Anísia Amorim Barreto e José Benício dos Santos. Residiu por
muitos anos na Rua Sete de Setembro, centro de Ipupiara. Não tiveram filhos,
mas adotaram como filho legítimo Hiram Amorim Barreto. Hiram casou-se primeiro
com Isabel Maria da Silva Barreto, tendo os filhos Marilan da Silva Barreto e
Mirian Solina da Silva Barreto. Depois, casou-se com Valéria Ribeiro dos
Santos, tendo o filho Getúlio. Getúlio Ribeiro Barreto durante muito tempo fez
suas compras na porta com os representantes que visitavam a região. Depois,
passou a comprar em Salvador, a capital. Com o advento da fama de São Paulo,
onde outros comerciantes da cidade compravam, acabou aderindo ao sistema e
vinha fazer suas compras pessoalmente em São Paulo, quase sempre com outros
comerciantes na região das ruas 25 de Março, Carlos de Souza Nazaré, Jorge
azem, entre outras. Hospedava-se na Rua Almirante Barroso, no bairro do Brás,
indo a pé até a região de compras, Mercado Municipal de São Paulo.
Era prático em farmácia, prescrevia
medicamentos, aplicava injeções, a quem solicitasse e onde quer que fosse, numa
época em que a figura do médico e das enfermeiras eram raras. Mesmo depois que
a Junta de Missões Nacionais enviou enfermeiras para a cidade, ainda assim o
Getúlio continuou ajudando a população mais carente. Conheci pessoas que até
preferiam a presença do Getúlio, talvez até por conhecê-lo melhor. Foi um
cidadão humanitário e iluminado. Competente no que fazia, Getúlio foi também
agricultor e criador de gado, granjeando prestígio por seus méritos junto ao
povo. Por instrumentalidade de Artur Ribeiro dos Santos entrou para a política
local, tendo participado ativamente das lutas de emancipação do Município de
Ipupiara, que estava atrelado a Brotas de Macaúbas. Na primeira eleição do
município em 1958 saiu como candidato a prefeito concorrendo com José Antônio
dos Santos (Dedé). O resultado foi surpreendente, houve um número de votos
igual para os dois candidatos: empate. Como era mais velho, Dedé se tornou o
primeiro prefeito de Ipupiara. Getúlio, no entanto, continuou na política.
Eleito vereador para a legislatura de 1963 a 1966. Secretário Municipal na
gestão do prefeito Oscarino José dos Santos de 1973 a 1976. Vice-prefeito de
1977 a 1982. Por fim, eleito prefeito para a gestão de 1983 a 1988.
Evangélico, pertencente a Denominação
Batista, frequentou por muito tempo a Igreja Batista, na Rua Rui Barbosa. Em
1969 houve uma dissenção entre os membros que acabou dividindo a Igreja,
surgindo efetivamente a Primeira Igreja Batista, com sede na Praça Santos
Dumont, centro de Ipupiara, hoje dirigida pelo Pastor Clóvis de Sousa Nogueira,
onde se filiou por algum tempo, afastando-se depois e reconciliando-se com a
Igreja já no final de sua existência. Aquela Igreja Batista da rua Rui Barbosa
tornou-se Igreja Batista Renovada, hoje sob a direção do Pastor Adelson Durães.
Getúlio transferiu sua residência para a
Rua Rui Barbosa, onde construiu sua nova casa e comércio, tendo morado ali até
os últimos dias de sua vida. Sua esposa Solina Amorim Barreto faleceu a
09/01/1998, enquanto Getúlio Ribeiro Barreto encerrou sua vida a 17/10/2000.
Getúlio Ribeiro Barreto foi um dos
homens mais ilustres de Ipupiara, embora tenha nascido em Gentio do Ouro,
adotou a cidade de Ipupiara, como sua e a ela dedicou toda a sua vida.
Getúlio Ribeiro Barreto escreveu seu
nome à história de Ipupiara, com inteligência, humanidade e honradez.
Nota do autor: agradecimentos ao
primo Izidoro Pereira de Novais, nosso colaborador pelas informações prestadas.
(LIVRO "CAMINHOS DO JORDÃO DA
BAHIA",
PÁGINAS 121/123)
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