A DECISÃO
DO CORONEL
ARTUR RIBEIRO DOS
SANTOS
Foi nomeado e recebeu a patente do 298° Batalhão de Infantaria da Guarda
Nacional. Participou e comandou combates na região da Chapada Diamantina.
A história
registra e mostra os fatos informando que do final do século XIX para o início
do século XX o Brasil passou por profundas mudanças na política, na
administração pública e na economia. Muitos líderes políticos estavam
insatisfeitos com o regime de Monarquia e com os objetivos de D. Pedro II. A
partir de 1887 o regime Monárquico mostrou fraqueza e motivou a Proclamação da
República em 15 de novembro de 1889. As mudanças são normais e necessárias aos
países em desenvolvimento.
As
mudanças políticas se deram por vários fatores, mas principalmente pelos fatos
que culminaram com a Proclamação da República. As transformações na
administração pública foram introduzidas ao longo de anos em função dos
princípios do regime republicano.
As
transformações na economia foram frutos advindos da República, que proporcionou
aumento do comércio do Brasil com outros países. Os resultados foram:
aumento da área plantada com lavouras de café, cacau, cana-de-açúcar, algodão e
outras lavouras. Tudo isso fez a produção aumentar e a produtividade melhorou,
mas com o passar dos anos foram surgindo outros problemas. Para ajudar no
controle, o governo imperial criou a Guarda Nacional. Em muitas partes da então
Lavras Diamantinas estava produzindo ouro e principalmente diamantes e assim
precisava de controle por parte do Governo Central. Na região foram investidos
com a patente de coronel muitos homens de posses, prestígio e dispostos a
lutar a serviço do governo federal.
Pois
bem. Foi nesta região e neste contexto político regional e nacional que no
dia 14/03/1888, na fazenda Mata do Evaristo, nasceu Artur Ribeiro dos Santos,
filho de Evaristo e Maria Ribeiro dos Santos (muito conhecida na região como vó
Maria), bisavós do autor destas notas.
Era
uma família grande, pois o casal teve nove filhos, todos se casaram e
prosperaram. Com o casamento dos filhos a família do senhor Evaristo foi se
expandindo e chegando aos netos, bisnetos etc., de forma que só o desenho de
uma árvore genealógica poderia mostrar as ramificações. Foram surgindo homens e
mulheres importantes pela graduação universitária e formação profissional.
Muitos seguiram o ramo da medicina, da engenharia, do direito, carreira militar
e outras. Estes homens e mulheres descendentes do casal Evaristo e Maria
Ribeiro dos Santos se espalharam pelos estados do Brasil e Distrito Federal,
sendo bons cidadãos e sendo úteis ao governo e a toda a sociedade
brasileira.
Naquela
época o sertão da Bahia seguia quase que abandonado por parte dos governos
federal e estadual. Por falta de escolas Artur Ribeiro dos Santos não terminou
o curso primário (ou fundamental, como hoje é chamado). Contudo, desde cedo
demonstrou ser um líder nato. Foi um verdadeiro autodidata, um orador que sabia
despertar a atenção dos ouvintes. Ainda bem jovem, com 19 anos de idade, foi
nomeado pelo presidente Afonso Pena, como Tenente Mestre do 298° Batalhão de
Infantaria da Guarda Nacional. Mais tarde recebeu a patente de Coronel da
Guarda Nacional.
Em
1913 Artur Ribeiro dos Santos casou-se com Solina Amorim Barreto. O casal não
teve filhos, mas foram muitos os filhos adotivos acolhidos pelo casal. Dias
depois do casamento o casal foi morar no povoado de São Tomé (hoje pertencente
ao Município de Barra do Mendes). Poucos meses depois foi morar em Tiririca do
Bode (atual Ibipeba), Xique-Xique e Barra do Rio Grande (atual Barra).
Não
demorou muito e o casal migrou para a região da Chapada Diamantina, nas
montanhas rochosas, na parte central da Bahia. Morou em Brumado, hoje Ibitunane
(Município de Gentio do Ouro), onde moravam muitos dos seus parentes. Artur
Ribeiro foi um político influente na região.
O
casal saiu de Brumado por volta de 1920 e resolveu definitivamente fixar
residência em Jordão (atual Ipupiara), na época pertencente ao Município de
Brotas de Macaúbas. Em 1920 Artur Ribeiro dos Santos aceitou a mensagem do
evangelho, sendo batizado nas águas do Rio Grande, unindo-se à Igreja
Batista.
Em
Ipupiara, Artur Ribeiro foi durante muitos anos um forte comerciante de tecidos
e aviamentos. Foi presidente do diretório municipal do PSD. Poucos anos depois
filiou-se à UDN. O coronelismo foi extinto após 1930 pelo presidente Getúlio
Vargas. Mas os coronéis continuaram por muitos anos tendo prestígio e o
respeito da população. Artur Ribeiro foi por vários períodos, eleito vereador.
Foi prefeito do Município de Brotas de Macaúbas nos anos de 1945 e 1946. Ele
mantinha forte amizade com Juracy Magalhães, que foi um nome forte na política
da Bahia. Foi interventor Federal e mais tarde governador do Estado. Foi
ministro das relações exteriores do Brasil e negociou a construção da Barragem
de Itaipu.
A
grande decisão. Como bom político que era, Artur Ribeiro tomou a decisão de
conversar com líderes políticos em Salvador e trabalhar para a emancipação
política de Ipupiara. Em 1956 foram intensificados os esforços no sentido da
emancipação política. O ano de 1958 foi decisivo para a vitória.
Por força da Lei n° 1.015/58 de 14 de agosto de 1958 foi aprovada a emancipação
política e administrativa de Ipupiara. A festa foi grande! Mas Artur Ribeiro
dos Santos não trabalhou só. A história registra os nomes de Adão Martins,
Arlindo Almeida, Osvaldo Leite, Edvaldo Sodré, João da Cruz, Noel Ribeiro e
muitos outros. Na ocasião da assinatura da Lei da emancipação ele falou
com Juracy Magalhães sobre os limites do Município. A resposta foi a seguinte:
Coronel Artur, não vamos demorar e trataremos da expansão dos limites do
território. Parece que deixou o tema em aberto para futura discussão.
Saul Ribeiro dos Santos
Cont.
e economista aposentado
Natural
de Ipupiara – BA.
(77)
9.9123-6603
Parabéns gostei muito das histórias muito boa informação 👏👏👏👏
ResponderExcluirO Saul tem razão: temos que contar as histórias dos vultos ilustres da Bahia. Obrigado por ler e comentar.
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