terça-feira, 30 de setembro de 2025
TROVAS DE OLINDO DE LUCA
CANTANDO O AMOR - FILEMON MARTINS
É belo o amor sublime do meu sonho
que em minha vida já se fez real.
Não há razão para viver tristonho,
se estás comigo eu venço o vendaval.
O céu está mais lindo e mais risonho,
saudando a nossa paz transcendental.
O tempo passará, mas - pressuponho,
nosso amor subirá ao pedestal.
Viver este momento tão singelo
sempre foi meu desejo e meu anelo
sentindo o teu carinho e teu calor.
Querer-te assim numa expressão sincera,
Verão, Outono, Inverno ou Primavera,
hei de te amar com todo o meu amor.
ETERNO TEMA - MÁRIO BARRETO FRANÇA
ETERNO TEMA
Mário Barreto França
Quantas vezes a gente, triste, exclama:
- "Ah! se eu tivesse ouvido o coração!"
É a eterna desculpa de quem ama
Quando pranteia uma desilusão.
Há saudades que queimam como flama...
Nem sempre é doce uma recordação...
Mas... um contínuo pranto se derrama
para o martírio aliviar, em vão...
E a gente luta, e sofre, e desespera,
Na esperança de nova primavera,
Sem pressentir que o inverno vai chegar...
Não vale a pena maldizer a sorte,
Que a vida sempre exige até à morte
O eterno sacrifício de se amar...
(LIVRO "DE JOELHOS", PÁGINA 139)
À IMORTALIDADE DO SONETO - J. G. DE ARAÚJO JORGE
(FOTO DE SANDRO, CARRANCA, IPUPIARA, BAHIA)
SER - JOSÉ FELDMAN
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
TROVAS DE VANDA F. QUEIROZ
TROVAS DE ALOISIO ALVES DA COSTA
TROVAS DO FILEMON
PARA UM BOM ENTENDEDOR.
GRANDES TROVADORES
TROVAS BRASILEIRAS
TROVAS BRASILEIRAS
Afirmam que a vida cansa,
não é verdade, negamos:
somos nós, sem esperança,
que da vida nos cansamos.
ASCENDINO ALMEIDA
Faz vergonha aos Presidentes
ver meninos nas vielas,
com as bocas cheias de dentes
e sem nada nas panelas...
CARLOS RIBEIRO ROCHA
Não me fascina o sucesso,
nada tenho para dar.
Quero apenas, eu confesso
o amor no mundo espalhar.
FILEMON MARTINS
Oh, linda trova perfeita,
que nos dá tanto prazer!
Tão fácil, depois de feita,
tão difícil de fazer!
ADELMAR TAVARES
A DECISÃO QUE LIVROU 156 PESSOAS DA MORTE - SAUL RIBEIRO DOS SANTOS
A DECISÃO QUE LIVROU 156 PESSOAS DA MORTE
Ao perceber os tempos
modernos tomamos conhecimento que historiadores, sociólogos e políticos com
suas sugestões prometem resolver os problemas pelos quais passa a nossa
sociedade. Mas percebemos que na prática andam tateando e mudando as teorias
constantemente. Uns falam sobre que o fator econômico não equilibrado causa
desajustes entre o povo. Falam que a melhor distribuição de renda resolveria os
problemas. Outros dizem que o crescimento econômico muito rápido causa
desajustes próprios do desenvolvimento. Outros atribuem os desequilíbrios
sociais à falta de cultura e afirmam que as massas precisam de manifestações
culturais e que o governo precisa investir recursos financeiros nos movimentos
culturais.
Será que as sugestões apresentadas resolverão os
problemas? Há tempos, me parece que foi em 2023, escrevi aqui um artigo com o
título O Brasil Precisa de Uma Injeção de Honestidade. Pois é isso que as
autoridades percebem, convocam os suspeitos para explicações, mas enquanto
perguntam e fazem relatórios, surgem denúncias em outras partes. Nota-se que é
preciso um programa de educação aperfeiçoada e de longo prazo, somente
atendo-se aos fatos.
Ao ler a História do Brasil encontramos registros
de fatos importantes realizados no passado por pessoas corajosas. Percebe-se
que nos últimos tempos o Brasil está precisando de pessoas de ação, pessoas
corajosas, diante dos perigos.
A história a seguir foi contada pelo professor S.
Júlio Schwantes, em seu livro “Colunas do Caráter”. É um excelente e
recomendável livro com temas atuais para todos os leitores e especialmente para
os jovens.
“Corria o ano de 1848 e o capitão de fragata
Marques Lisboa, futuro Almirante Tamandaré estava a bordo do navio D. Afonso,
um dos primeiros navios a vapor da esquadra brasileira, que foi construído nos
estaleiros de Liverpool. Terminadas as experiências com as máquinas, a bela
fragata fez-se ao largo no Canal Inglês. Na costa de Lancastershire, os vigias
avistaram um barco preso às chamas. O capitão Marques Lisboa mandou aumentar a
velocidade e aproximou-se do navio sinistrado. Era o navio americano, Ocean Monarch,
que viajava de Liverpool com destino a Boston, levando 396 emigrantes”.
Apesar do grave perigo representado pelos paióis de
pólvora, o navio D. Afonso aproxima-se do navio que estava com forte incêndio e
apresta-se para levar-lhe socorro. A situação era difícil. A operação de
salvamento é descrita de modo palpitante por Gustavo Barroso. No Ocean
Monarch, marujos e passageiros estavam agitados. Os escales (pequenas
embarcações) não podiam se aproximar daquela fogueira flutuante, da qual
surgiam rápidas, explosivas, línguas de fogo. Era necessário prender um espia
às amarras do navio, pela qual os náufragos pudessem alcançar as pequenas
embarcações. Só um marinheiro ótimo nadador e corajoso poderia vencer as ondas
e o calor. O marujo Jerônimo tomou o cabo e precipitou-se n’água conseguindo
atingir as correntes do Ocean Monarch. Estabeleceu-se logo um vai e
vem e, assim, retiraram-se de bordo cento e cinquenta e seis pessoas.
Salvaram-se no mar mais sessenta pessoas. De trezentas e noventa passageiros
morreram cento e quarenta. Todas as vítimas do incêndio receberam do navio
brasileiro D. Afonso, os mais carinhosos auxílios …
Dois dias mais tarde, nosso ministro em Londres,
enviava ao comandante, em nome do imperador do Brasil, cem libras esterlinas
para serem distribuídas pela tripulação. O capitão de fragata, Marques Lisboa,
comandante do navio brasileiro mandou formá-la na cobertura, leu o ofício que
acompanhava a gratificação e lembrou aos seus comandados a situação de miséria
em que se viam aqueles que haviam salvado. E concluiu:
- Cedam-lhes por caridade esse dinheiro.
-Cedemos! Cedemos! Responderam em coro os
marujos comovidos.
Este gesto de denodo e altruísmo honra ao bravo
comandante e aos seus comandados. Espontaneamente tiramos o chapéu diante deste
ato de nobreza que lembra aos seres humanos a sua origem divina. O autor
lembrou a todos o que está escrito em São Mateus capítulo 20 e versículo
28, que diz o seguinte:
“O Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.
Contador e economista aposentado.
Natural de Ipupiara - BA.
domingo, 28 de setembro de 2025
REVISITANDO CASTRO ALVES
REVISITANDO CASTRO ALVES (1847-1871)
¨E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta, que impudente na gávea tripudia?...
Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
Às promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...¨
Considero estes versos do poeta baiano como um dos mais belos e significativos da Língua Portuguesa.
EM SENDO ASSIM... - CLEIDE CANTON
EM SENDO ASSIM...
Cleide Canton
Em sendo assim, deponho minha espada.
Recolho meus tropeços mas não choro.
Meus ais não se ouvirão nem eu imploro
por chuvas de verão na minha estrada.
A lenda que criei foi apagada
e o canto que eu não canto é mais sonoro.
Os versos que inda faço e não decoro
valseiam numa página virada.
Minhas mãos que aplaudiam sem cessar
cada nuvem que pairava sobre o mar,
descansam nesta fase vespertina.
Mas o olhar ainda brilha de esperança
ao ouvir um sorriso de criança
em meio à multidão que desafina.
O PERDÃO - FILEMON MARTINS
O PERDÃO
Filemon Martins
MOTE
NASCERIA DO PERDÃO.










