domingo, 31 de agosto de 2025

A DECISÃO DE JOÃO HENRY - SAUL RIBEIRO DOS SANTOS

 

A DECISÃO DE JOÃO HENRY



Tenha muito cuidado! Crianças e adultos precisam viver num ambiente onde haja sinceridade e confiança mútua – onde se fala a verdade.

Há mentiras circulando por toda parte. Na internet, na TV, nas emissoras de rádio e até nos jornais impressos. Estamos vivendo tempos conturbados e de contradições. Estamos na era das comunicações via internet. Divulgam-se verdades e mentiras. Atualmente, os meios virtuais chamam a mentira de Fake News. Esse é um termo em inglês, que traduzido para o português – a nossa língua, significa notícias falsas.

Geralmente as Fake News ou mentiras estão espalhadas em muitas publicações via internet. O perigo é que em muitos casos a mentira parece com a notícia verdadeira e têm grande potencial viral, isto é, tem fácil penetração nos grupos de redes sociais no WhatsApp e espalham-se rapidamente. Por vezes são notícias simpáticas, mas em qualquer situação ou caso são sempre Fake News, isto é, sempre mentiras.

No período em que o mundo sofreu com a pandemia da Covid-19 foi o tempo com maior volume de Fake News. Vocês se lembram? As notícias falsas surgiam de todos os lados. Em todas as partes do mundo o povo ficou apavorado.

Outro período de muitas mentiras é o período de campanhas eleitorais. Atualmente as mentiras surgem até no período de pré-campanha. Aliás de forma extraoficial já estamos vivendo esse tempo. Mas é bom lembrar do ditado popular que diz: “A mentira tem pernas curtas”. A mentira é um argumento insustentável e pode ser considerada como um vício que mancha, corrói e destrói o caráter. E mais: a mentira complica os planos de pessoas bem-intencionadas, complica os planos de grupos, de empresas e até planos de governos. A mentira alimenta e fortifica a arrogância, mas também promove a ascensão e queda dos arrogantes. Em seu livro Caminhos do Jordão da Bahia, o escritor Filemon Martins conta inúmeros casos de pessoas arrogantes. 

A mentira é uma farsa e faz grandes estragos. É muito difícil fazer o mentiroso compreender o tamanho do estrago e as consequências negativas que a mentira causa à comunidade e ao próprio mentiroso. Dizem os estudiosos que “a mentira pode ser vista como a arma dos fracos”.

Os mentirosos acham que mentindo podem se livrar das críticas. Estão cometendo um erro, pois uma mentira precisa da cobertura de outra mentira. É assim que a situação de quem mente vai se complicando cada vez mais.

Na região sul do Brasil, um homem chamado João Henry, pai de família, morava num sítio distante 8 quilômetros da cidade. Possuía terras boas para o cultivo de frutas e hortaliças. Lá no sítio ele morava com a esposa e dois filhos, um de oito anos e o mais novo com seis. Certo dia o senhor Henry colheu muitas laranjas e outras frutas. Colocou tudo na carroceria e disse para esposa que ia para a cidade vender tudo. Com o dinheiro apurado ia ao supermercado fazer as compras para a semana e assim ficou combinado. Entrou no carro para assumir a direção e partir. Ao entrar o filho mais velho chegou correndo e foi logo dizendo: papai, eu também vou. O pai tentou fazer o menino desistir, dizendo “deixa para outro dia, porque hoje estou com muita pressa”. O garoto não aceitou a explicação e insistiu que queria ir. O pai não queria levar e não sabia como convencer o garoto a ficar em casa. Mas em seguida teve uma ideia e falou: “tá bom, eu vou lhe levar”. Você tá sem o boné. Então vai lá dentro, pega e coloca na cabeça e vem. O menino ficou contente. Foi procurar o boné. Nisso o pai passou a marcha na caminhonete e foi embora. Logo o menino voltou com o boné na cabeça, mas o pai já estava longe. O garoto só viu a poeira na curva da estrada. Qual foi a reação do menino? Jogou o boné no chão e falou bem alto:

Meu pai, você mentiu. Você é um mentiroso e me enganou. Mentir é muito feio.

O garoto ficou decepcionado com a atitude do pai. A mãe viu o que aconteceu. Quando o esposo voltou da cidade ela contou tudo. O pai gostava muito do filho. Ficou muito aborrecido e envergonhado por causa da mentira que contou.

Você quer saber qual foi a reação daquele pai? Ele tomou a decisão e disse consigo mesmo: vou contar para meu filho que estou arrependido. E assim fez. Saíram lágrimas dos seus olhos. A partir daquele momento tomou a decisão de não mentir. Nunca mais.

A decisão correta lhe trouxe paz ao coração e recuperou a confiança do filho. Assim percebemos que crianças e adultos, todas as pessoas precisam viver na prática da honestidade e da confiança mútua, onde se fala a verdade.

A Bíblia Sagrada nos orienta de modo bem claro, quando diz o seguinte:

Vos revistais do novo homem, criado por Deus, em justiça e retidão, procedente da verdade. Por isso, deixando a mentira, cada pessoa fale a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Efésios 4: 24-25).

 



Saul Ribeiro dos Santos

Cont. e economista aposentado

Natural de Ipupiara – BA.

(77) 9.9123-6603



2 comentários:

  1. Ótimo texto, Saul Ribeiro! Vários exemplos e motivos para não mentir!

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  2. Excelente comentário. O Blog Literário do Filemon agradece.

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