quinta-feira, 17 de julho de 2025

TROVAS DE CARLOS RIBEIRO ROCHA

 




TROVAS DE CARLOS RIBEIRO ROCHA


Se a redondilha conforta,

traz consolo à  gente minha,

vou escancarar a porta

da minha humilde casinha.


Entrem nela, por favor,

ninguém ficará de pé,

venham sentir o calor

de um abraço e do café.


Não tenho poltronas novas,

só uns seguros banquinhos,

mostrarei, porém, as trovas

que encontrei pelos caminhos.


Às margens dessas estradas

em que andei tardes inteiras,

eu encontrei, bem floradas,

as majestosas paineiras.


Vi cacimbas nas baixadas,

do gado matando a sede,

crianças lindas, mimadas

ao balanço de uma rede.


Do feijoal vi as flores

prometendo safra certa,

e por isso, meus senhores,

vou manter a porta aberta.


(LIVRO "PORTA ABERTA", PÁGINA 6)


Obs.: Este livro me foi oferecido pela prima Eunice Ribeiro, em Xique-Xique, filha do poeta em 14/01/2004.




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