TROVAS DE CARLOS RIBEIRO ROCHA
Se a redondilha conforta,
traz consolo à gente minha,
vou escancarar a porta
da minha humilde casinha.
Entrem nela, por favor,
ninguém ficará de pé,
venham sentir o calor
de um abraço e do café.
Não tenho poltronas novas,
só uns seguros banquinhos,
mostrarei, porém, as trovas
que encontrei pelos caminhos.
Às margens dessas estradas
em que andei tardes inteiras,
eu encontrei, bem floradas,
as majestosas paineiras.
Vi cacimbas nas baixadas,
do gado matando a sede,
crianças lindas, mimadas
ao balanço de uma rede.
Do feijoal vi as flores
prometendo safra certa,
e por isso, meus senhores,
vou manter a porta aberta.
(LIVRO "PORTA ABERTA", PÁGINA 6)
Obs.: Este livro me foi oferecido pela prima Eunice Ribeiro, em Xique-Xique, filha do poeta em 14/01/2004.
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