QUEM FOI HORÁCIO DE MATOS?
Mario Ribeiro Martins*
Horácio de Matos, portanto, nasceu em Brotas de Macaúbas (Fazenda Capim Duro - Chapada Velha), entre Brotas e Barra do Mendes, no dia 18 de março de 1882. Filho de Quintiliano Pereira de Matos e Hermínia Gomes de Queiroz. Permaneceu solteiro até os 39 anos de idade, embora tivesse filhos de outro relacionamento, com uma velha companheira chamada Laura.
Os descendentes dos MATOS, através do Alferes JOSÉ PEREIRA DE MATOS, vieram do Tijuco, em Minas Gerais, mas eram Portugueses de origem. Este ALFERES PORTUGUÊS veio para SANTO INÁCIO, na Bahia, por volta de 1842, dedicando-se a garimpar diamantes.
Desta vila baiana, espalharam-se os seus filhos, dentre os quais, Clementino Pereira de Matos (falecido em 1911) e Quintiliano Pereira de Matos, este, pai de Horácio de Matos, estabelecendo-se ambos na região de Brotas de Macaúbas.
Relembre-se também que a briga entre as duas famílias (Horácio de Matos e Militão Coelho) era antiga. Em 12 de maio de 1896, quando Militão tinha 37 anos e Horácio tinha 14 anos, jagunços comandados por Clementino Matos (tio de Horácio), atacaram Barra do Mendes.
O Coronel Militão não reagiu e fugiu com parentes e amigos para OLHOS D’AGUA DOS BATATAS, no Município de Gameleira do Assuruá. Os jagunços incendiaram as casas de palha e foram embora.
A briga só retornou 23 anos depois, quando no dia 07 de janeiro de 1919, os jagunços de Horácio de Matos invadiram Barra do Mendes e nela permaneceram até o dia 08 de julho de 1919, quando houve o armistício.
Nasceram ambos (Horácio e Militão), em povoados diferentes, dentro do mesmo município de Brotas de Macaúbas, que era extraordinariamente grande e tinha 7.000 km2 (sete mil quilômetros quadrados), indo de Morpará (margens do Rio São Francisco) até Barra do Mendes.
Militão era 23 anos mais velho do que Horácio. Quando se enfrentaram, a partir de 1916, Militão estava com 57 anos de idade e Horácio de Matos, na juventude de seus 34 anos apenas.
O Coronel Horácio de Matos estendeu os seus domínios de Brotas de Macaúbas até Lençóis. O Coronel Militão Rodrigues Coelho passou a dominar a região de Ipupiara até Barra do Mendes.
Antes, porém, ainda muito jovem, Horácio de Matos, foi comerciante de Diamante e Carbonato, em Morro do Chapéu, na Bahia, onde recebeu o título de Tenente-Coronel da Guarda Nacional e a intimação de seu tio Clementino Matos (1911), para que retornasse à Chapada Velha (região entre Brotas e Barra do Mendes), com o objetivo de assumir definitivamente a liderança da família Matos. Horácio estava com 29 anos.
Quanto a Horácio de Matos, no dia 15 de maio de 1931(com 49 anos), no Largo do Acioli, em Salvador, ao passar, descuidado e terno com a filha mais velha Horacina (do casamento com Augusta), de seis anos de idade, pela mão, recebe covardemente pelas costas, três tiros de revólver, disparados por Vicente Dias dos Santos, que fora contratado por Manuel Dias Machado (também conhecido como José Machado), tio da viúva do Major João da Mota Coelho que morrera em combate às portas da cidade de Lençóis, em 1925, sendo que Horácio de Matos fora responsabilizado por esta morte.
O criminoso Vicente Dias dos Santos foi condenado pelo Júri, em Salvador, no primeiro julgamento, a 21 anos de prisão, mas no segundo julgamento, dois anos depois, foi ABSOLVIDO. Algum tempo depois, intoxicado por arsênico, na água que bebia, foi internado no Hospital Militar, onde morreu.
Ao morrer, em 1931, com 49 anos de idade, Horácio deixou, além da viúva Augusta Medrado Matos, também cinco filhos menores: Horacina, a mais velha, com seis anos. Horácio de Matos Júnior, Tácio Matos, Juth Matos e Judith Matos.
Um dos filhos de Horácio de Matos, o Horácio de Matos Júnior (Lençóis,1927), depois de ter sido Deputado Estadual e Federal, aposentou-se em 1999, como Conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia.
Um dos netos de Horácio de Matos, o Horácio de Matos Neto, tornou-se Deputado Estadual na Bahia, a partir de 1986, representando exatamente a Região da Chapada Diamantina.
* MÁRIO RIBEIRO MARTINS ERA PROCURADOR DE JUSTIÇA DE GOIÁS E ESCRITOR.
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