ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
(Desabafo de um cidadão apolítico)
Filemon Martins
Não sou adepto de palavrões, termos chulos, pornográficos e muito
menos de violência qualquer que seja ela. Mas, os fatos que estão ocorrendo no
Brasil merecem um tratamento de choque. Um amigo outro dia me falou: se eu
fosse autor de novelas, minha novela seria sucesso garantido todos os dias.
Perguntei: e por quê? – Ele me respondeu: “quando um personagem fizesse alguma
maldade, no outro dia eu mandaria aplicar-lhe uma boa surra. Se persistisse na
maldade, eu dobraria a surra até que ele aprendesse a lição e se transformasse,
ainda que fosse na marra”.
Pois bem, a onda de crimes, roubos, assassinatos praticados,
especialmente nas grandes cidades espalham-se pelo Brasil e merecem que se
aplique a teoria do meu amigo. Esses episódios me remetem ao ano de 1982 quando
Franco Montoro foi eleito governador em São Paulo. Assim que ele assumiu o
governo, desencadeou-se uma onda de protestos e quebra-quebra no centro de São
Paulo. Seus adversários políticos gritavam na televisão: ¨cadê você Montoro?
Esse governador é frouxo, não tem pulso para governar¨. E Montoro mandou investigar
e descer o cacete, logo se descobriu grupos opositores infiltrados incitando o
povo a quebrar e destruir lojas e bancos. O povo, usado como massa de manobra,
partia para o confronto, enquanto eles saíam fora e ficavam assistindo a
barbárie de camarote.
Não demorou muito e Montoro pôs ordem na casa. Infelizmente,
algumas pessoas ou grupos só aprendem na pancada. Não há como aliviar. É aí que
entra a teoria do meu amigo: investiguem e prendam. Descubram quem são os
mandantes responsáveis e os punam. Persistindo a criminalidade como está
ocorrendo nas cidades brasileiras, o cidadão de bem ficará refém de bandidos,
que agem às claras, porque sabem que a impunidade reina no país. Se o
judiciário não cumprir o seu papel, com seriedade e justiça, teremos dias
sombrios neste imenso país, chamado Brasil. Só assim nos livraremos de tanto
crime, tanto assalto, tanta barbaridade, tanto corrupto infiltrado em todos os
segmentos da sociedade, especialmente na política. Precisamos, com urgência, recuperar
a credibilidade perdida para termos um Brasil melhor, mais justo, mais feliz e
mais humano. O resto são interesses escusos de quem não quer perder dinheiro
ilícito oriundo de propinas e muita conversa fiada.
Mas, para isso acontecer, precisamos de um Poder Judiciário sério,
isento e ético, o que, convenhamos, está escasso em nossos dias. Parodiando a
Bíblia, um lembrete para o ministro Edson Fachin, do STF, a impunidade tem sido
a razão de todos os males.
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