CADEIRA VAZIA
Filemon Martins
Não poucas vezes, nos dois primeiros mandatos, a cadeira destinada ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, permaneceu vazia. Aliás, há
muito ela estava vazia, pois tudo o que se passava ali ao redor dele, ele nada
viu e pouco soube, conforme disse inúmeras vezes.
Grande parte da população brasileira, que há tempos
ainda acreditava na moralidade dos políticos, vibrou com a possibilidade de ver
um Brasil digno e decente, longe dos conchavos e da subserviência que
caracterizaram as gestões anteriores, mas logo percebeu o engodo, a demagogia, o
populismo, os escândalos e a baixaria que tomaria conta do governo Lula. É
preciso compreender e manter a calma, porque ninguém aprende sem errar. Quase
sempre, na vida, bater cabeça, quebrar a cara ensina melhor que várias aulas,
congressos e palestras.
Modestamente, no panorama da vida política aqui
no Brasil, cá de nosso canto, vamos continuar gritando, falando, escrevendo,
alertando com nossa poesia, nossa crônica de protesto, de ética sem ganância,
sem violência, sem subterfúgios, longe dos interesses pessoais, que cada vez
mais, enlameiam os políticos brasileiros que querem se perpetuar no poder. Já
estão acostumados, acomodados e são coniventes com as negociatas ilícitas que
acontecem no Congresso Nacional.
Aos pobres eleitores, sempre culpados pela
escolha errada, sem cultura, sem emprego, sem teto, sem-terra, sem esperança e
sem justiça, pouco resta: sonham com dias melhores através de benefícios
sociais ilusórios, tais como os programas BOLSA FAMÍLIA e projetos
assistencialistas que os subjugam, como se fossem escravos. Escravos da
propaganda enganosa do próprio governo, da justiça inoperante que absolve
mensaleiros, sanguessugas, falsários e fomenta uma verdadeira quadrilha para
roubar os cofres públicos.
A verdade é que o poder econômico sempre fala
mais alto. A corrupção campeia pelos corredores do poder; a política brasileira
está apodrecida e infectada pela falta de honestidade, pela imoralidade, pela
corrupção e pela conivência dos que deveriam implementar projetos sérios em
favor da sociedade brasileira, zelando pela correta aplicação do dinheiro
público.
Há uma impunidade inexplicável dos Tribunais Superiores.
Enquanto isso, o “Zé povinho” contenta-se com
esmolas que, certamente lhe custarão o futuro dos seus filhos, a vida, a saúde,
a dignidade e a perspectiva de um País melhor, mais justo e mais humano.
Contudo, reza a lei que somos obrigados a respeitar a escolha do povo, qualquer
que seja o escolhido, caberia ao partido político não permitir que fichas sujas
disputem a eleição, ainda que isso nos custe presenciar em todo o mandato do
eleito, as raposas no poleiro, o riso indecente e falso dos Judas que se
corromperam e se venderam por algumas moedas, sem se importar com a inocência
das crianças, o suor derramado dos trabalhadores para ganhar uma migalha de pão
que o diabo amassou. O choro silencioso dos que acreditaram no sonho de ser
feliz e sentiram o amargor da decepção e a esperança se esvaindo aos pés de políticos
profissionais trambiqueiros, banqueiros, pagamento de juros aos capitalistas
internacionais.
Mesmo que a cadeira continue vazia, é
necessário recuperar a alegria, a esperança, o entusiasmo e a certeza de que o
Brasil é um País exuberante, onde o barulho dos rios e das cachoeiras ainda nos
encanta. Um País formado por um povo trabalhador, ordeiro e bom, merece
governantes mais sérios e capazes. É preciso buscar, dentro de nós, uma força
superior, como disse Bruce Barton: “AS GRANDES REALIZAÇÕES SÓ SÃO POSSÍVEIS POR
AQUELES QUE ACREDITAM POSSUIR, DENTRO DE SI, ALGUMA FORÇA SUPERIOR ÀS
CIRCUNSTÂNCIAS”.
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