segunda-feira, 28 de abril de 2025

A FAMÍLIA CRISTÃ E O MUNDO ATUAL - MÁRIO RIBEIRO MARTINS

 





A FAMÍLIA CRISTÃ

E O MUNDO ATUAL.

Mário Ribeiro Martins*


(REPRODUÇÃO PERMITIDA, DESDE QUE CITADOS ESTE AUTOR E O TÍTULO, ALEM DA FONTE).


Uma série de fatos sociais ocorridos nas últimas décadas causaram profundo e importante impacto na constituição do grupo familiar. E entre esses fatos sociais é de se destacar a industrialização vertiginosa que atingiu a família de maneira básica, alterando completamente o quadro das atividades familiares, com uma diversificação e descentralização de responsabilidades.
Mas há de se destacar também a urbanização, a explosão demográfica, a elevação do padrão de vida e a transformação radical do status e do papel social da mulher que passou a trabalhar e a competir em igualdade de condições com o homem, no mercado comum das atividades, numa completa e definitiva emancipação, levando-a para fora do lar e provocando evidente transformações na vida da família.
Basta esse fato para se entender o quadro da família na vida moderna. Em que medida todos esses fatos influem na constituição da família cristã e quais as consequências concretas de tal impacto? A família tornou-se nuclear, constituída de pais e filhos, e a educação da prole passou a não depender exclusivamente dos pais, mas de um tecnicismo cada vez mais crescente, enquanto que a emancipação da mulher fez com que se dividisse a autoridade familiar e a responsabilidade na educação dos filhos.
Diante de tudo isso, pergunta-se: É ainda a família a base da sociedade? É verdade que uma família unida gera devoção e uma família desunida gera amarguras. Jesus teve convicções muito claras sobre a família, seguindo a tradição judaica.
A sinagoga tinha grande reverência para com a família. É no Velho Testamento que se encontra "casas e riquezas são herdadas dos pais, mas a esposa prudente é do Senhor". É no Velho Testamento que se lê "não é bom que o homem esteja só". É no Velho Testamento que se encontra a falta de filhos no lar como uma verdadeira tragédia. Os judeus eram fiéis nas relações familiares, daí a Lei e os Profetas ensinarem a pureza e condenarem o adultério.
Mas a grande nódoa judaica era a posição da mulher, classificada como propriedade e de quem o esposo podia divorciar-se à vontade "desde que não achasse graça em seus olhos", conforme Deuteronômio 24:1.
Para Jesus a família é o símbolo do Reino de Deus. E quando quis falar das relações entre os homens e o seu reino apanhou a figura na família, dizendo: "Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe". A família, para Jesus, tinha de ser subjugada ao reino. E o reino de Deus tinha de ocupar o primeiro lugar. E isto não era uma questão teórica para Jesus, mas prática, porquanto ele mesmo havia abandonado o próprio lar para cumprir sua missão e cumpriu, embora debaixo das críticas e da oposição da própria família, segundo Marcos 3: 21.
Para continuar enobrecida, a família não pode fugir de estar subordinada ao Reino de Deus. Os pendores espirituais da família cristã atingem não somente suas próprias fronteiras, mas as necessidades do mundo. A sociedade moderna, pelo grande número de famílias fracassadas, está aprendendo que, como ensinou Jesus, a família é uma instituição em que os participantes se identificam numa nobre e permanente união.
Mas para tudo isso é necessário o material que deve constituir o parapeito de uma família cristã: Vida espiritual - verdadeiro cimento armado. Educação Religiosa - já que a educação pública instrui o intelecto, mas esquece a consciência. Testemunho dos pais - com vida no temor de Deus, que é o princípio da sabedoria.
Tinha razão Salomão quando disse: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam". Josué, no seu famoso discurso de despedida, exclamou: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor". A ele não importava a degradação moral e espiritual por que passava o povo, mas a sua fidelidade. Ao cristão, hoje, não importa a contemporaneidade tolerante, mas a sua fidelidade.
O fato é que o elemento central na salvação da família cristã ainda é a mulher. Quando J. Williams, com 10 anos, foi levado ao grande pregador George Truett, este lhe perguntou como conhecia tanto de Deus e Williams respondeu: "Professei a minha fé nos joelhos de minha mãe".
As mulheres cristãs são guardas das fontes. Numa época em que as fontes da moral e da religião estão poluídas, há necessidade de mulheres cristãs, guardas das fontes, que entendam que nem sempre é moralmente certo, o que é socialmente correto. (JORNAL BATISTA. Rio de Janeiro, 19.08.1973).



MÁRIO RIBEIRO MARTINS - ERA PROCURADOR DE JUSTIÇA E ESCRITOR.

(LIVRO "MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO E OUTROS ASSUNTOS", PÁGINAS 27/29)

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