segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

MUNICÍPIO DE IBIPITANGA - PARTE II - SAUL RIBEIRO DOS SANTOS

 


(SEDE DA PREF. MUNICIPAL DE IBIPITANGA)


                                    (CÂMARA DE VEREADORES DE IBIPITANGA)






MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA

MUNICÍPIO DE IBIPITANGA (Parte II)

Saul Ribeiro dos Santos

📧saul.ribeiro1945@gmail.com

 

Hoje, com a parte II, estamos dando sequência na apresentação da história do Município de Ibipitanga. Percebam que é uma história interessante e cheia de fatos importantes.

 

 

As terras em torno da sede deste Município formam uma grande área com suaves elevações, uma planície com grande potencial agrícola. Percebe-se que as terras são boas para o plantio de cereais, pastos e até hortaliças e frutas adequadas ao clima, desde que sejam atendidas as modernas técnicas agrícolas de irrigação. Tudo precisa ser orientado por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Eles são conhecedores do assunto e do clima.

      Tomando-se como ponto-base o centro da cidade e olhando-se para o Norte, para o Sul, para o Leste ou para o Oeste, o horizonte se estende por muitos quilômetros. A cidade apresenta inclinações bastante suaves, de modo que facilita a utilização de máquinas e a realização de obras públicas de construção civil, assim como a construção de casas e prédios pelo setor da iniciativa privada.  

     Ibipitanga é uma cidade moderna, apresentando ótima topografia, facilitando o planejamento urbano. A professora Nelzair Araújo Santos, graduada em história, uma pessoa apaixonada pela história local, escreveu um livro contando detalhes da trajetória da importante história de Ibipitanga. É um excelente livro e tem o título muito significativo: Memórias de Ibipitanga.

  EMANCIPAÇÃO  POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

 

      Ibipitanga é um nome de origem indígena, das tribos da linhagem Tupi. Significa “terra vermelha” pela junção dos termos Yby (terra) e Pytang (parda, ou vermelha). (1) Daí vem o nome Ibipitanga. Os primeiros habitantes, os donos das terras deste Município foram os índios originários das tribos tapuias, que habitavam diversas regiões do sertão. (2) Os índios preferiam habitar nos trechos entre serras, na beira de rios ou de lagoas, onde houvesse caça e peixe com fartura. Antigamente as chuvas aqui nesta região eram mais frequentes e mais fortes, com exceção de alguns anos ruins de chuvas, de modo que a flora e a fauna apresentavam condições excelentes, da forma como os índios gostam.

      Na 2ª metade do século XIX começaram a chegar os primeiros exploradores interessados em fixar residência nas terras desta parte da então “Lavras Diamantinas”. Gostaram do lugar e estavam dispostos a estabelecer fazendas de criação de gado e plantação de cereais. Eram poucas famílias, mas decididas a trabalhar e permanecer na área. Construíram suas casas em terreno firme, mas perto do Rio Paramirim. Ao pequeno arraial que estava surgindo deram o nome de Santa Luzia do Barro Vermelho.

        Entre os aventureiros que paulatinamente foram chegando a estas terras destacam-se as famílias dos Srs. Joaquim Antônio Pereira, João Oliveira, Manoel Felix e Antônio Juriti. Foram homens desbravadores e corajosos. Eles perceberam que eram terras de boa qualidade e que nesta parte da Chapada Diamantina existia um fator adicional muito importante – o Rio Paramirim. Aqui se estabeleceram e trataram de desenvolver suas propriedades. Foram formando um pequeno vilarejo.

      A expansão do vilarejo foi ocorrendo paulatinamente. Os próprios moradores construíram uma pequena capela e a dedicaram para Santa Luzia. O povo do lugar entrou em contato com a Paróquia de Macaúbas, adquiriu as imagens e em seguida as famílias começaram a realizar as rezas e festas. Mais tarde Santa Luzia passou a ser a padroeira do lugar. Barro Vermelho foi se tornando um lugar muito conhecido.

        A partir de 1900 o aglomerado de casas foi tomando o formato urbano nas proximidades do rio. Em virtude da cor avermelhada do terreno, o povoado passou a ter o nome oficial de Santa Luzia do Barro Vermelho, o qual ficou mais conhecido como Barro Vermelho. A população e o crescimento dos povoados e das cidades da região aumentavam em marcha lenta (apesar das famílias serem numerosas). A taxa de mortalidade infantil era alta. Naquele tempo, quase tudo de bom no Brasil acontecia bem devagar. As autoridades olhavam mais para a grande região Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

 Eis um resumo dos fatos que ao longo dos anos aconteceram nesta parte da Chapada Diamantina, que a partir de 1962, por força da Lei n° 1.720/62, foi elevada para a condição de Município.

v      Pela Lei Municipal n° 73 de janeiro de 1922 e confirmada por Lei Estadual nº 1.634/23 de 06/08/1923 o povoado de Barro Vermelho foi promovido para a categoria de Distrito, pertencente ao Município de Remédios (atual Ibitiara).

 

v     Em 1925, por força da Lei nº 1.768/25 a sede do Município passou a ser Bom Sucesso e Remédios passou para a condição de Distrito.

v      Após a Revolução de 1930 Getúlio Vargas tomou posse como presidente da República e governou o Brasil por longos anos até 1945. O sertão pouco sentia os fortes efeitos da nova administração federal. O presidente Getúlio Vargas resolveu acabar ou, pelo menos diminuir, a corrupção e as oligarquias regionais, como o coronelismo e outras.

 

v     O coronelismo foi criado por Lei no tempo do Império. Após 1930 Getúlio Vagas resolveu acabar com as oligarquias (poder exercido por grupos) e assim o coronelismo foi extinto. Mas aqui no sertão tudo foi acontecendo lentamente, de modo que o sistema do coronelismo ainda imperava nas cidades do interior. Os coronéis eram respeitados, tinham muita influência e o prestígio durou até 1940/45. O povo desta terra, assim como todos os brasileiros, percebeu que o presidente Getúlio Vargas estava interessado em colocar tudo em ordem e fazer o Brasil prosperar.

 

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  Fonte: Prefeitura Municipal, IBGE, UPB - União das Prefeituras da Bahia, Câmara de Vereadores, Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, Wikipédia dos Municípios e outras fontes.

 

  (1)      Dicionário Tupi Antigo, livro escrito por Eduardo de Almeida Navarro, professor da Universidade do Estado de São Paulo. Global Editora, 2015.

   (2)      Enciclopédia Universo, vol. VI, pág. 2.736 – Edit. Delta / Edit. Três, 1973 e Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa – Caldas Aulete, pág. 5.138 – Edit. Delta 1958.

 

 

SOBRE O AUTOR:

SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.

Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das  Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.

Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.

 

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