(CÂMARA DE VEREADORES DE IBIPITANGA)
MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA
MUNICÍPIO DE IBIPITANGA (Parte II)
Saul Ribeiro dos Santos
Hoje, com a parte II, estamos dando
sequência na apresentação da história do Município de Ibipitanga. Percebam que
é uma história interessante e cheia de fatos importantes.
As terras
em torno da sede deste Município formam uma grande área com suaves elevações,
uma planície com grande potencial agrícola. Percebe-se que as terras são boas
para o plantio de cereais, pastos e até hortaliças e frutas adequadas ao clima,
desde que sejam atendidas as modernas técnicas agrícolas de irrigação. Tudo
precisa ser orientado por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Eles são
conhecedores do assunto e do clima.
Tomando-se como ponto-base o centro da
cidade e olhando-se para o Norte, para o Sul, para o Leste ou para o Oeste, o
horizonte se estende por muitos quilômetros. A cidade apresenta inclinações
bastante suaves, de modo que facilita a utilização de máquinas e a realização
de obras públicas de construção civil, assim como a construção de casas e
prédios pelo setor da iniciativa privada.
Ibipitanga é uma cidade moderna,
apresentando ótima topografia, facilitando o planejamento urbano. A professora
Nelzair Araújo Santos, graduada em história, uma pessoa apaixonada pela
história local, escreveu um livro contando detalhes da trajetória da importante
história de Ibipitanga. É um excelente livro e tem o título muito
significativo: Memórias de Ibipitanga.
EMANCIPAÇÃO
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Ibipitanga é um nome de origem indígena, das tribos da linhagem Tupi. Significa “terra vermelha” pela junção dos termos Yby (terra) e Pytang (parda, ou vermelha). (1) Daí vem o nome Ibipitanga. Os primeiros habitantes, os donos das terras deste Município foram os índios originários das tribos tapuias, que habitavam diversas regiões do sertão. (2) Os índios preferiam habitar nos trechos entre serras, na beira de rios ou de lagoas, onde houvesse caça e peixe com fartura. Antigamente as chuvas aqui nesta região eram mais frequentes e mais fortes, com exceção de alguns anos ruins de chuvas, de modo que a flora e a fauna apresentavam condições excelentes, da forma como os índios gostam.
Na 2ª metade do século XIX começaram a chegar os primeiros
exploradores interessados em fixar residência nas terras desta parte da então
“Lavras Diamantinas”. Gostaram do lugar e estavam dispostos a estabelecer
fazendas de criação de gado e plantação de cereais. Eram poucas famílias, mas
decididas a trabalhar e permanecer na área. Construíram suas casas em terreno
firme, mas perto do Rio Paramirim. Ao pequeno arraial que estava surgindo deram
o nome de Santa Luzia do Barro Vermelho.
Entre os aventureiros que
paulatinamente foram chegando a estas terras destacam-se as famílias dos Srs.
Joaquim Antônio Pereira, João Oliveira, Manoel Felix e Antônio Juriti. Foram
homens desbravadores e corajosos. Eles perceberam que eram terras de boa
qualidade e que nesta parte da Chapada Diamantina existia um fator adicional
muito importante – o Rio Paramirim. Aqui se estabeleceram e trataram de
desenvolver suas propriedades. Foram formando um pequeno vilarejo.
A expansão do vilarejo foi ocorrendo
paulatinamente. Os próprios moradores construíram uma pequena capela e a
dedicaram para Santa Luzia. O povo do lugar entrou em contato com a Paróquia de
Macaúbas, adquiriu as imagens e em seguida as famílias começaram a realizar as
rezas e festas. Mais tarde Santa Luzia passou a ser a padroeira do lugar. Barro
Vermelho foi se tornando um lugar muito conhecido.
A partir de 1900 o aglomerado de casas
foi tomando o formato urbano nas proximidades do rio. Em virtude da cor
avermelhada do terreno, o povoado passou a ter o nome oficial de Santa Luzia do
Barro Vermelho, o qual ficou mais conhecido como Barro Vermelho. A população e
o crescimento dos povoados e das cidades da região aumentavam em marcha lenta
(apesar das famílias serem numerosas). A taxa de mortalidade infantil era alta.
Naquele tempo, quase tudo de bom no Brasil acontecia bem devagar. As autoridades
olhavam mais para a grande região Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Eis um resumo dos fatos que ao longo dos
anos aconteceram nesta parte da Chapada Diamantina, que a partir de 1962, por
força da Lei n° 1.720/62, foi elevada para a condição de Município.
v
Pela Lei
Municipal n° 73 de janeiro de 1922 e confirmada por Lei Estadual nº 1.634/23 de
06/08/1923 o povoado de Barro Vermelho foi promovido para a categoria de
Distrito, pertencente ao Município de Remédios (atual Ibitiara).
v
Em 1925, por força da Lei nº 1.768/25 a sede do
Município passou a ser Bom Sucesso e Remédios passou para a condição de
Distrito.
v
Após a Revolução
de 1930 Getúlio Vargas tomou posse como presidente da República e governou o
Brasil por longos anos até 1945. O sertão pouco sentia os fortes efeitos da
nova administração federal. O presidente Getúlio Vargas resolveu acabar ou,
pelo menos diminuir, a corrupção e as oligarquias regionais, como o coronelismo
e outras.
v
O coronelismo foi criado por Lei no tempo do Império.
Após 1930 Getúlio Vagas resolveu acabar com as oligarquias (poder exercido por
grupos) e assim o coronelismo foi extinto. Mas aqui no sertão tudo foi
acontecendo lentamente, de modo que o sistema do coronelismo ainda imperava nas
cidades do interior. Os coronéis eram respeitados, tinham muita influência e o
prestígio durou até 1940/45. O povo desta terra, assim como todos os
brasileiros, percebeu que o presidente Getúlio Vargas estava interessado em colocar
tudo em ordem e fazer o Brasil prosperar.
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Fonte: Prefeitura Municipal, IBGE, UPB - União das Prefeituras da Bahia, Câmara de Vereadores, Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, Wikipédia dos Municípios e outras fontes.
(1) Dicionário Tupi Antigo, livro escrito por
Eduardo de Almeida Navarro, professor da Universidade do Estado de São Paulo.
Global Editora, 2015.
(2) Enciclopédia Universo,
vol. VI, pág. 2.736 – Edit. Delta / Edit. Três, 1973 e Dicionário Contemporâneo
da Língua Portuguesa – Caldas Aulete, pág. 5.138 – Edit. Delta 1958.
SOBRE O AUTOR:
SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro,
Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de
Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos
Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro.
Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio,
Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.
Sempre gostou de escrever. Apaixonado por
assuntos das Regiões da Chapada
Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com
pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história
regional.
Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado
em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.



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