TROVAS DE JESSÉ NASCIMENTO
Com meus sonhos mais singelos,
embalados na esperança,
venho erguendo meus castelos
desde os tempos de criança...
Ah, relógio, meu amigo,
teus ponteiros, como correm!
O tempo voa contigo
e com ele os sonhos morrem.
Não te censuro o pecado,
não me censures também,
de vidro é o nosso telhado,
pecados... quem não os tem?
Ah, criança seminua
que estende a mão por ter fome;
no anonimato da rua
é figura, não tem nome...
(A FIGUEIRA, Nº 61, SETEMBRO/97)
Nenhum comentário:
Postar um comentário