quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

TROVAS DE JESSÉ NASCIMENTO

 






TROVAS DE JESSÉ NASCIMENTO

Com meus sonhos mais singelos,
embalados na esperança,
venho erguendo meus castelos
desde os tempos de criança...

Ah, relógio, meu amigo,
teus ponteiros, como correm!
O tempo voa contigo
e com ele os sonhos morrem.

Não te censuro o pecado,
não me censures também,
de vidro é o nosso telhado,
pecados... quem não os tem?

Ah, criança seminua
que estende a mão por ter fome;
no anonimato da rua
é figura, não tem nome...

(A FIGUEIRA, Nº 61, SETEMBRO/97)


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