quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

A INFLAÇÃO VEM AÍ COM FORTE APETITE - SAUL RIBEIRO DOS SANTOS

 


                             (O AUTOR, SAUL R. DOS SANTOS, EM SALVADOR, BAHIA)


 

A INFLAÇÃO VEM AÍ COM FORTE APETITE.

 

 

Estamos chegando ao final do ano 2024. Não foi um ano fácil. No início do ano muitos brasileiros pensavam que as coisas iam melhorar na política, na saúde pública, na educação pública e na economia do Brasil.

Só para recordar, eis alguns acontecimentos notórios em 2024 que deixaram marcas na vida nacional:

      No início deste ano tivemos fortes enchentes no Rio Grande do Sul. Muitas cidades e especialmente em Porto Alegre, onde muitas ruas, garagens de edifícios e até sobrados foram inundadas pelas águas do rio que transbordou. Os plantadores de arroz sofreram grandes perdas. O governo federal prometeu ajuda, mas dizem os comentaristas, não enviou o total prometido.

     O Brasil inteiro presenciou a campanha para as eleições de prefeitos e vereadores. As eleições em primeiro turno foram realizadas no dia 6 de outubro. O cenário político no âmbito municipal mudou. A maior parte dos candidatos a prefeitos e vereadores eleitos é composta de políticos de partidos de viés da direita.

    O presidente Lula sofreu acidente. Caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, que é a residência oficial do presidente da república. Precisou passar por duas cirurgias no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. É um hospital de primeira linha e é referência em saúde. O presidente está seguindo as recomendações médicas, mas despachando normalmente.

    Na última quinzena de dezembro a cotação do dólar disparou após o governo apresentar e o Congresso aprovar o projeto de corte de gastos. O valor da moeda americana passou dos R$ 6,00 e bateu na casa dos R$ 6,20. Muitos investidores saíram do Brasil. Dizem os comentaristas tudo isso significa que o real, a moeda brasileira, esta desvalorizada. Com o dólar em alta, o prezado leitor sabe como é no Brasil, tudo sobe de preço – é a tal inflação.

      Será que o governo está preocupado com a inflação? Será que o governo se incomoda com a corrupção? O povo percebe que uma é a inflação informada ou divulgada por órgãos governamentais e outra é a inflação real, aquela que o povo sente no bolso no momento de pagar a compra nos supermercados, na feira e nas lojas.

      Inflação é a subida descontrolada nos preços dos produtos. É um problema que provoca a desvalorização do nosso dinheiro, o real. Com a desvalorização o nosso dinheiro compra menos produtos a cada mês ou a cada semana. Com a inflação o povo sofre. E os pobres, os que ganham um salário mínimo são os que sofrem mais. São os que passam mais e maiores  dificuldades financeiras. E o que dizer dos que ganham apenas o “bolsa família”?

       A grande maioria dos aposentados do INSS e BPC/Loas ganham apenas  o chamado salário mínimo. No Brasil a inflação oficial é uma e outra é a inflação que enfrentamos na hora das compras, no momento que chegamos ao caixa para pagar. Essa é inflação que devora as nossas finanças fazendo desaparecer o poder de compra do povão, não dos políticos que estão no poder. Aliás, a grande parte dos políticos brasileiros não vai ao supermercado nem vai fazer compras nas feiras e portanto não sentem os preços altos. Eles têm empregados para fazer isso. Inflação para a maior parte dos políticos e suas famílias não é problema.

      A inflação alta e descontrolada pode ser considerada como uma praga. Ela contamina os preços e se espalha prejudicando a todos, principalmente os mais pobres. A inflação é perversa e muito enganosa, uma verdadeira ilusão. As pessoas com 50 anos ou mais ainda se lembram da inflação na casa dos dois dígitos. Isso aconteceu na época do governo Sarney. Cr$ 1.000,00 passou a valer R$ 1,00. Naquele período a moeda mudou de nome. Já foi cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, e a partir da época do governo Fernando Henrique Cardoso foi feita uma reforma mais inteligente, foi criada a URV (unidade Real de Valor) e a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O nosso dinheiro passou a ter o nome oficial de Real. O governo e seus economistas se esforçaram para a estabilização da moeda.

      Agora todos percebem que as autoridades que estão no poder precisam cumprir o dever e tomar o rumo certo. Os políticos precisam abandonar a politicagem. Precisam desprezar o “toma lá, da cá”. Precisam deixar de prometer picanha. Os políticos não devem fazer da administração pública um balcão de negócios.

        O Brasil é um país com grande potencial para ser uma nação forte, poderosa. O Brasil tem um povo trabalhador e ordeiro. A orientação é no sentido de que as famílias reduzam ou eliminem o consumo de produtos supérfluos. Caro leitor, prepare o bolso porque vem chumbo grosso.

 

 

Saul Ribeiro dos Santos

Contador e economista aposentado.

Natural de Ipupiara – BA.

 

3 comentários:

  1. Para o trabalhador que recebe salário atrelado ao valor do salário mínimo, o poder aquisitivo melhorou em 2024 e vai melhorar em 2025 com reajuste acima da inflação. Uma minoria de brasileiros que vive do rentismo, de juros e dividendos, está insatisfeita com o governo atual porque a sua política econômica prioriza inequivocamente os trabalhadores e os que dependem de benefícios do Estado para sobreviver. Mais do que Insatisfeitos, chegam até de certo modo chantagear o atual governo, usando a grande mídia, que em grande medida, pertence a esses próprios rentistas. Muitos brasileiros saíram da extrema pobreza neste governo, só isso já seria motivo suficiente para se falar bem deste governo, mas além disso houve diversos progressos em relação ao estado de penúria deixado pelo governo anterior, cujo presidente torrou bilhões tentando granjear à reeleição, e para felicidade geral da nação, seus intentos malograram.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado amigo Arides por ler e comentar. Certamente o autor leu o seu comentário.

    ResponderExcluir