CORAÇÃO DE SOLDADO
Mário Barreto França
Quando num leito de hospital, voltado
à morte, tão precoce, ele se viu,
embora, padecendo, era soldado
e, por isso, sorriu...
Quando, depois, no campo de batalha,
a morte inevitável descobriu,
olhando a fúria louca da metralha,
lançou a vida em jogo, mas sorriu...
E quando se viu salvo, por milagre,
do perigo mais frio que o cercou,
vendo a vida injustíssima e tão agre
no silêncio de um templo se abrigou.
Mas, quando o amor lhe ungiu a alma sombria
e, depois, impossível se mostrou,
amando a vida pelo amor de um dia,
teve medo... e chorou...
(LIVRO “DE JOELHOS”, PÁGINA 66)
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