MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA
MUNICÍPIO DE SEABRA (Parte VI)
Saul Ribeiro dos Santos
ECONOMIA DO MUNICÍPIO
Após o grito da independência em 1822, a ideia de
construir a capital federal no interior continuou de pé. Tanto foi assim, que
deixaram sobre a mesa dois nomes: Petrópolis (em função do nome do imperador)
ou Brasília. No futuro, quando as ideias se tornassem realidade, um dos dois
seria o nome escolhido e aprovado. Depois de muitos anos o nome aprovado foi
Brasília.
Após a
eleição realizada em outubro de 1955, em 31 de janeiro de 1956 teve início o
governo do Presidente Juscelino Kubitschek. No dia 15 de março daquele mesmo
ano ele assinou um documento lançando as bases para a construção da Novacap.
No dia 3 de outubro de 1956 foram iniciados os trabalhos de terraplenagem. O
Dr. Lúcio Costa e o Dr. Oscar Niemayer foram os grandes engenheiros que deram
início às obras e encerraram a pré-história da nova capital. Os logradouros
públicos e as vias de acesso à nova capital foram iniciados. Tudo era, na
verdade, um grande canteiro de obras. Mesmo tendo muitos edifícios públicos
ainda em construção de madeira, Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960.
A rodovia
BR-242 foi iniciada a partir de Brasília. Pelo plano estabelecido cortava o
Estado de Goiás em direção ao Leste e entrava pelo Oeste da Bahia. Em 1970/75
as máquinas estavam trabalhando na Serra das Mangabeiras, região de Seabra.
Tudo foi acontecendo devagar, mas progressivamente, logo após a aprovação do
Plano Nacional de Viação. O 4° BEC – Batalhão de Engenharia e Construção, do
Exército Brasileiro, estava presente e ativo na obra. Esta unidade do Exército
Brasileiro está localizada em Barreiras.
Os trabalhos
da obra promoveram um rápido crescimento da população e do progresso de Seabra,
com a vinda de trabalhadores de outras regiões. Nessa ocasião houve aumento da
rede bancária do Município. Além disso, começaram a chegar escritórios
regionais de empresas, repartições públicas estaduais e federais, criando mais
empregos. Foi aumentando o número de postos de combustíveis e oficinas
mecânicas especializadas, gerando mais empregos. Além desses impactos positivos,
mais tarde chegaram outros órgãos como DERBA (Departamento de Estradas de
Rodagens da Bahia), DIREC, CIRETRAN e outros órgãos que dão apoio ao
desenvolvimento. Alguns órgãos sofreram modificação na sua estrutura ao longo
dos anos.
Na cidade
foi construído um grande mercado, composto de galpões, uma espécie de CEAR -
Centro de Abastecimento Regional, que aproxima compradores de vendedores dos
produtos hortifrutigranjeiros dos Municípios vizinhos. Caminhões vêm de várias
partes da região fazer compras no CEAR para abastecer as mercearias e
supermercados dos seus Municípios. Donos de mercearias e quitandas saem de
Ipupiara e outras cidades, sobem a serra da Mangabeira e vêm a Seabra fazer compras.
Após as compras fazem o caminho de volta. Isso é bom para toda a região,
especialmente para Seabra.
Certamente
que a construção de Brasília - o Distrito Federal, ajudou e continua ajudando a
desenvolver multas cidades do interior do Brasil com rodovias de 1ª qualidade,
impulsionando o surgimento de cidades e do progresso, mesmo que muitos
Municípios estejam longe da Capital Federal. Assim aconteceu com o Oeste da
Bahia, onde estão as cidades de Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães, São
Desidério e outros Municípios, que hoje formam uma importante fronteira agrícola
nacional. A estrada passa pelas terras de Barreiras e região, prossegue
atravessando o Rio São Francisco, rasgando as muitas serras da Chapada
Diamantina. Segue em direção ao Leste dividindo a cidade de Seabra ao meio.
Continua subindo e descendo as montanhas, mostrando para os viajantes as belezas
do Morro do Pai Inácio e a exuberância do Parque Nacional da Chapada
Diamantina. Continua e segue em direção às cidades de Itaberaba, Feira de
Santana e Salvador através da BR-324, dando acesso a outras regiões do Brasil.
Nas
proximidades da cidade de Seabra existem os entroncamentos das estradas
estaduais, ligando todos os Municípios da Chapada Diamantina, contribuindo
assim para melhorar a economia da região. As estradas asfaltadas ajudam a
ramificar e descentralizar o progresso.
Os
Municípios da Chapada Diamantina apresentam lavouras diferentes, mas em todos
há lavouras coincidentes. Em muitos, a presença ou ausência de algumas culturas
varia de acordo com o tipo de solo, umidade do clima e outras condições
climáticas. A cultura de eucalipto na região é representada por plantações
novas.
Em 2017 as
principais lavouras da produção agrícola no Município de Seabra foram café, tomate e mandioca. Cultivam-se
também lavouras de outros produtos. Os principais criatórios são os rebanhos de
gado bovino, suíno e ovino. Naquele ano os relatórios IBGE mostraram o rebanho
de gado bovino com 15.255 cabeças.
O Município
é servido por muitas empresas de ônibus, que fazem ligação de Seabra com
Salvador, Feira de Santana, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brasília, Palmas,
Recife, Vitória da Conquista, São Paulo e outras cidades. Todos os Municípios
da região têm ligação rodoviária direta com Seabra. Esta cidade possui um
Terminal Rodoviário (estação rodoviária) com farta movimentação (chegada e
saída de ônibus). O imóvel foi construído há muitos anos. Percebe-se que conforme
a hora e o dia da semana fica tudo muito apertado. Há informações de que a
estação rodoviária será reformada, modificada e ampliada, criando mais conforto
para passageiros e melhor acesso para os ônibus, táxis e passageiros.
Além das
linhas de ônibus, existem micro-ônibus e vans, que fazem o transporte
alternativo regional. É grande o afluxo de vans e micro-ônibus à cidade de
Seabra, procedentes dos Municípios das redondezas, principalmente depois da
inauguração do Hospital Regional da Chapada Diamantina. A prefeitura destina
duas praças para estacionamento e apoio para os veículos de transporte coletivo
regional.
Outras
informações sobre este importante tema você vai encontrar em páginas
anteriores, na parte sobre economia da região.
_________________
Este texto é parte integrante do esboço do livro Chapada
Diamantina, em elaboração.
SOBRE O AUTOR
SAUL RIBEIRO DOS SANTOS é casado com a Drª Agripina Alves
Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos
Santos e Arão Wagner Ribeiro.
Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013
pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.
Colaborador assíduo do Blog Literário do Filemon e
trabalha no projeto do livro CHAPADA DIAMANTINA, em elaboração.
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