NDIFERENÇA
Ziver Ritta - Porto Alegre - RS
Dias depois da nossa desavença,
naquela tarde, num final de agosto,
eu compreendi o aviso na sentença
que, sem sorrir, ela jogou-me em rosto.
Disse, claro demais para meu gosto
"bem ao contrário do que reza a crença
que nós chamamos popular o oposto
do amor não é o ódio. É a indiferença".
Depois da nossa briga assim me disse
e o fez, como se vê, de forma clara,
para que eu não tomasse por tolice.
Por isso hoje, ao ver-nos frente a frente,
se ela com ódio em seu olhar me encara,
desvio o meu olhar indiferente.
(FANAL, Nº 564)
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