SONETO SEM NOME
Janske Niemann Schlenker (Curitiba-PR)
Andando… andando… e vendo o céu tão mudo,
fiquei pensando nesta estranha vida.
Fiz do meu peito um poderoso escudo,
para que a dor não venha a ser sentida.
E vou andando… e sonho ter de tudo,
e penso ser, na imensidão perdida,
tudo o que é belo e faz sorrir. Contudo,
minha alegria às vezes é fingida…
Sou a ilusão que em parte alguma pousa
e o gargalhar que à própria dor resiste;
por sobre espinhos meu sonhar repousa…
Sou todo o riso que no mundo existe
e entre a ventura de ser tanta cousa,
tenho a ventura de também ser triste…
(ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS Nº 408, JOSÉ FELDMAN)