CONFIDENTE
Filemon Martins
Velho mar, meu eterno confidente,
quantas vezes chorei ao
confessar:
esta mágoa que fere,
inconsequente,
e o tempo que não pode mais
voltar.
E me dizes assim, naturalmente:
- só o amor é capaz de me curar,
enquanto tuas ondas, mansamente,
os meus pés, com carinho, vêm
beijar.
Exerces sobre mim grande
fascínio,
porque tens sobre todos o domínio
e és tão frio nas tuas mutações.
Ao contrário de ti, eu sofro
tanto,
e fico aqui a derramar meu
pranto,
onde sepulto as minhas ilusões!

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