Amostra da pedra “mármore azul” exposta na praça central.
MUNICÍPIOS
DA CHAPADA DIAMANTINA
MUNICÍPIO
DE MACAÚBAS (Parte IV)
Saul
Ribeiro dos Santos
ECONOMIA
DO MUNICÍPIO
O Município de Macaúbas está situado num território com características físicas variadas e bem definidas, com serras e alguns trechos de chapadões. Dizem os moradores mais antigos, os nonagenários ou mais idosos, que Macaúbas e seus arredores estão destinados ao progresso. Possui muitas serras com grande potencial de minérios que podem produzir bons resultados para a economia local e nacional. Alguns minérios estão em fase de exploração, outros estão mapeados para futura exploração.
Os
políticos locais passaram a ter uma visão mais adequada aos tempos modernos, de
modo que cada liderança política que assume o poder não quer fazer menos do que
a anterior. Trabalham para fazer uma administração igual ou melhor do que as
administrações anteriores. Seguindo esse modelo, Macaúbas passou a ser vista de
forma diferente, não só pelos políticos e órgãos públicos locais, estaduais e
federais, mas também pela classe empresarial. Assim, todos são beneficiados: o
povo, os novos empreendedores e os políticos.
A cidade possui muitos bairros. Observa-se que novos
loteamentos e novas construções em andamento dão um novo aspecto na paisagem
urbana da cidade de Macaúbas. Tudo isso indica crescimento urbano e econômico.
O comércio varejista mais intenso está no centro da cidade. Em alguns
cruzamentos no centro da cidade estão instalados semáforos (sinais, semáforos
ou faróis de trânsito), o que indica maior movimento e controle do tráfego de
automóveis. Os Distritos de Lagoa Clara e Canatiba também mostram um comércio considerável.
Nas montanhas do Município os elementos que não faltam
são as rochas (pedras, massa compacta). Existem pedras nas diversas variedades,
como pedra ardósia, pedra de amolar, pedras do tipo laje natural para a
construção civil, pedras brancas arredondadas utilizadas como ornamento e
muitas outras. Além disso, muitas pedras apresentam tonalidades ou teor
metálico para fins industriais. Está em operação, através de empresas
mineradoras com engenharia especializada, a prospecção e a extração do mármore
azul. Existe grande potencial com vários minerais. Entretanto as riquezas
minerais não duram eternamente e portanto, necessário é aproveitá-las com
Inteligência e preparar o Município para o pós-exploração. Certamente muita
coisa ainda será descoberta em termos de potencial mineral.
A sede do
Município apresenta muitas construções modernas com arquitetura arrojada. Por
aqui ainda se encontram muitos casarões que guardam e contam a história local e
regional. Existem algumas edificações da época do império, porém bem
conservadas. Nos últimos anos a movimentação comercial vem despertando o
interesse de redes varejistas de âmbito estadual e nacional. A zona rural
apresenta boa produção, mas há espaço para melhorar. Atualmente, enfrentando os
problemas provocados pela estiagem, os habitantes da zona rural estão
desenvolvendo lavouras irrigadas, usando o sistema racional moderno. Mas ainda
há lavradores e sitiantes querendo tocar lavouras do mesmo modo como faziam
seus bisavós. Vales, outeiros e grotões gerais são utilizados para o plantio de
hortaliças e árvores de frutas tropicais.
A colheita
de frutas silvestres apresenta bons números pela produção de umbus, pequis,
mangabas e outros frutos. Nas lavouras permanentes e temporárias destacam-se os
resultados com a produção de banana, manga, feijão, mandioca, maracujá e outras
lavouras. Cultivam-se também lavouras de outros produtos, como milho, cebola,
etc. Os relatórios apontam que em 2017 a produção de feijão atingiu 1.096 ton.
Os
moradores da zona rural afirmam que 2016 e 2017 não foram anos bons de chuvas,
trazendo perdas ou baixa produtividade das lavouras e do pasto para os animais.
Os principais criatórios são os rebanhos de gado bovino, ovino e suíno. Os
relatórios de 2017 mostram um rebanho total de 33.243 cabeças de gado bovino. O
governo do Estado da Bahia, através da Seagri – Secretaria de Agricultura e da
ADAB – Ag. do Desenvolvimento Agropecuário, reforça a obrigatoriedade de
vacinar o rebanho e manter a sanidade dos animais. (1) O setor agropecuário
é muito importante para o Município.
Há muitos
anos houve períodos de estagnação, mas nas últimas três décadas o Município
tomou o rumo do desenvolvimento. É preciso prosseguir nessa direção. O caminho
é longo, mas os objetivos oferecem oportunidades. Ao desabafar e soltar suas
ideias, um frentista num posto de gasolina localizado aqui no centro da cidade
afirmou o seguinte: Nós precisamos encontrar nos supermercados muitos
produtos simples, porém que sejam fabricados aqui mesmo. Nota-se que são
palavras que expressam desejo de progresso.
Percebe-se
que é necessário o surgimento e a formação de pessoas com espírito
empreendedor. Aqui em Macaúbas, como também em todos os Municípios da Chapada
Diamantina, percebe-se esta grande necessidade. Normalmente o empreendedor toma
iniciativa, abre empresas, cria vagas de trabalho e assim promove o
desenvolvimento. É disso quo o Município precisa. O empreendedor está sempre
criando novos produtos e métodos para produzi-los mais e melhor.
Outro
fator digno de nota e muito importante para a economia deste Município é a
feira (feira-livre). A feira é um instrumento muito útil para os moradores e é
um assunto tradicional em todo o Nordeste Brasileiro. A feira aproxima
vendedores de compradores e vice-versa. Pessoas da cidade e da zona rural são
atraídas para o local deste evento semanal. Aqui esse costume vem desde os
últimos anos do século XIX. A feira é um instrumento importante para a economia
local. Vendedores, compradores e o povo em geral se reúnem dentro e fora do
mercado. Nota-se, principalmente no dia da feira, que os moradores da zona
rural trazem seus produtos para expô-los à venda, aproveitam para ir ao banco
conversar com o gerente e fazer as transações bancárias. Também é um dia apropriado
para encontrar e conversar com parentes e amigos. A feira começa na sexta feira
com exposição e venda de alguns produtos, mas intensifica-se no sábado. Na
verdade a feira de Macaúbas, mesmo que seja em menor escala, se apresenta bem
frequentada todos os dias.
No
interior do Estado da Bahia, encontramos várias cidades onde são realizadas
duas ou mais feiras por semana, porém em dias e bairros diferentes,
determinados pela Prefeitura, sempre visando criar empregos e facilitar o
encontro entre comerciantes e consumidores, ou seja: aproximar vendedores de
compradores e vice-versa. Tudo deve ser feito de modo planejado tendo em vista
pelo menos três objetivos:
a) Facilitar o encontro entre vendedores e consumidores.
b) Criar mais oportunidades para todos.
c) Criar mais vagas de trabalho para o povo.
Fiquei
muito contente ao conversar com um senhor que trabalha na feira de Macaúbas.
Ouvi aquele homem trabalhador dizer o seguinte:
“A
feira é patrimônio do povo. Merece respeito e precisa ser reforçada, melhorada
e ampliada”.
Realmente,
percebemos que a feira é considerada como um “instrumento de ganha-pão” para
muitas famílias. A Prefeitura do Município não nos forneceu os números, mas
certamente aqui em Macaúbas a feira consegue produzir mais de 300 empregos
diretos e indiretos.
A pesquisa
e a cultura no seu mais alto grau são fatores indispensáveis para alavancar o
desenvolvimento. Macaúbas pode contar com a Fundação Cultural Prof. Mota, que é
algo extraordinário e que merece um capítulo à parte. Não temos espaço para
tanto, mas queremos expressar, em poucas palavras, o seguinte: Seu presidente e
criador: o Prof. Dr. Ático Vilas-Boas da Mota. Foi instalada em 16/08/1972 e
ampliada a partir da criação e inauguração do Museu Regional de Macaúbas em
1988. É uma instituição que não visa o lucro, mas sim o desenvolvimento
cultural e intelectual do povo. Tem como patrono o Professor José Batista da
Mota. Coloca farto material para pesquisas à disposição dos estudantes,
professores e de todas as pessoas interessadas nos fatos históricos e
científicos da Bahia, do Brasil e do mundo. Essa instituição exerce grande
influência e tem uma admirável história de apoio à cultura do povo macaubense e
dos Municípios vizinhos. Os estudantes e professores proclamam: “os
idealizadores da Fundação levantaram bem alto a bandeira de Macaúbas”.
Artesanato
- convém relatar que trabalhos em serigrafia e produtos artesanais feitos com
argila, madeira, tecido, papelão e outros materiais são desenvolvidas por
artesãos locais e colocados à venda nesta cidade e em outras cidades. Já
observei a presença de alguns produtos de Macaúbas colocados para venda em Bom
Jesus da Lapa, na época da romaria.
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SOBRE O AUTOR:
SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro,
Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de
Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos
Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro.
Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio,
Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.
Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos
das Regiões da Chapada Diamantina e do
Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o
objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.
Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em
2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.
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