terça-feira, 30 de abril de 2024

CAPRICHO

 



CAPRICHO

Filemon Martins


                 

Quis o destino, caprichoso, um dia,

que eu sofresse, na terra, grande dor.

Conspiração dos astros da poesia

que me fizeram crer no teu amor.


Ingênuo, acreditei na fantasia

que me ofertou teu lábio sedutor,

e vi morrendo, aos poucos, a alegria

quando partias como o beija-flor.


Eras a estrela vésper do meu sonho

povoavas meu céu sempre risonho

em noites de fulgor e de luar...


Mas me deixaste assim, cama vazia,

sem ter ninguém na madrugada fria,

um condenado à morte por amar.

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