sexta-feira, 1 de março de 2024

DOR DE POETA

 


DOR DE POETA

Filemon Martins


Sinto uma dor profunda no meu peito

E amargurado está meu coração,

Meu sonho de verdade foi desfeito

E nunca mais eu tive outra ilusão.


Eu que sonhara tanto em minha vida

Conquistar esse amor só para mim,

Não encontrei aquela prometida

Para ancorar meu coração, enfim.


Sou como a juriti cantando triste,

A saudade traduzo em meu cantar,

Carrego ainda a mágoa que persiste

E me faz, neste mundo, suspirar.


Às vezes, penso em desistir da luta,

- Não seria melhor chegar ao fim?

Mas depois a minha alma resoluta

Prefere continuar vivendo assim.


E como Casimiro em seus cantares

Chorando apaixonado em Portugal,

Nestes versos eu choro os meus pesares,

Pesares desse amor monumental.


Em vão procuro paz a cada dia,

Um novo brilho para o meu olhar

E a tristeza eu transformo em alegria,

Mas o meu coração vive a chorar.


E me perguntam por que sou tão triste,

- “Será que nunca teve um grande amor?”

E eu disfarço, dizendo: - “nada existe,”

E o coração oculta a minha dor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário