sábado, 10 de fevereiro de 2024

CONFIDENTE - FILEMON MARTINS


 


CONFIDENTE

Filemon Martins 


Velho mar, meu eterno confidente, 

quantas vezes chorei ao confessar: 

esta mágoa que fere, inconsequente, 

e o tempo que não pode mais voltar. 


E me dizes assim, naturalmente: 

- só o amor é capaz de te curar, 

enquanto tuas ondas, mansamente, 

os meus pés, com carinho, vêm beijar. 


Exerces sobre mim grande fascínio, 

porque tens sobre todos o domínio 

e és tão frio nas tuas mutações. 


Ao contrário de ti, eu sofro tanto, 

e fico aqui a derramar meu pranto, 

onde sepulto as minhas ilusões! 


 


Nenhum comentário:

Postar um comentário