quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

UM DOS CAPÍTULOS DO MEU PRIMEIRO ROMANCE

 


(UM DOS CAPÍTULOS DO MEU PRIMEIRO ROMANCE, EM ELABORAÇÃO)

CAPÍTULO 2

Filemon Martins



Corria o ano de 1968, quando era presidente do Brasil Artur da Costa e Silva, o segundo mandatário da Ditadura Militar no Brasil. Tempos difíceis. O ambiente político era tenso e o aparato opressor montado pelo seu antecessor, Humberto de Alencar Castelo Branco estava em plena execução. Na época, Artur da Costa e Silva criou o Ato Institucional nº 5 (AI5), que aumentou ainda mais a repressão no Brasil, com torturas, prisões, desaparecimentos e mortes.

O mundo estava em convulsão: nos Estados Unidos dois assassinatos abalaram o mundo, na época, em 04 de abril de 1968 Martin Luther King Júnior, pastor batista e ativista dos direitos civis dos negros foi assassinado em Memphis, Tennessee. Nesse mesmo ano, em 06 de junho, foi assassinado Robert Francis Kennedy, procurador geral dos Estados Unidos de 1961 a 1964. Foi senador por Nova Iorque de 1965 até seu assassinato. Um dos primeiros a combater a Máfia.

A cidade de Clarion, nessa época, segundo o IBGE tinha um pouco mais de 800.000 habitantes, estava em crescimento e se tornando um polo de desenvolvimento na região. Sua economia era diversificada, produzia e exportava milho, feijão, açúcar, frutas, como uva, manga, pêssego, morango, ameixa, melão, mamão e outras. Mantinha um bom comércio e um parque industrial em crescimento. Alto nível na educação, com escolas de qualidade e faculdades que ministravam cursos em áreas de ciências humanas, agricultura e veterinária.

Os três filhos do casal Erasmo e Jéssica estudavam na cidade; Ana Júlia se preparava para os vestibulares visando o curso de Direito. 

Gustavo ainda estuda e quer ser engenheiro civil e Paloma sonha com a área veterinária.

No sábado, Erasmo e Jéssica saíram com os 3 filhos para visitarem a Livraria dos Jinkings, no centro da cidade, onde costumavam comprar novos livros. O espaço da livraria era relativamente grande com mesas e exposições de novos lançamentos. Nas prateleiras à direita com indicações estavam os clássicos de autores nacionais, como Dom Casmurro, de Machado de Assis, Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, Fogo Morto, de José Lins do Rego, O Quinze, de Raquel de Queiroz, Capitães da Areia, de Jorge Amado, Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector, Os Sertões, de Euclides da Cunha, Ciranda de Pedra, de Lygia Fagundes Telles, O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo, entre outros.

Em outra prateleira à esquerda com indicações precisas estavam os clássicos da Literatura Universal, entre os quais, Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, Guerra e Paz, de Liev Tolstói, Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, além da raríssima História Universal, de Cesare Cantú, com 32 volumes.

Na biblioteca particular da família Silveira, já havia alguns destes livros, adquiridos nesta mesma Livraria. 

O sábado foi bem movimentado naquela livraria e saíram dali levando muitos livros novos e outros não tão novos, mas igualmente desejados, como A Brincadeira, de Milan Kundera, Os Degraus do Paraíso, de Josué Montello, A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, O Encontro Marcado, de Fernando Sabino e outros.


Nenhum comentário:

Postar um comentário