O poeta Augusto dos Anjos foi um homem pessimista ao extremo. Sua angústia
era notória. Talvez, por isso, tenha sido chamado de "O poeta da
morte", da "Melancolia" e da "Angústia", como se lê em
seus sonetos.
A FLORESTA
Augusto dos Anjos
Em vão com o mundo da floresta privas!...
-- Todas as hermenêuticas sondagens,
Ante o hieróglifo e o enigma das folhagens,
São absolutamente negativas!
Araucárias, traçando arcos de ogivas,
Bracejamentos de álamos selvagens,
Como um convite para estranhas viagens,
Tornam todas as almas pensativas!
Há uma força vencida nesse mundo!
Todo o organismo florestal profundo
É dor viva, trancada num disfarce...
Vivem só, nele, os elementos broncos,
-- As ambições que se fizeram troncos,
Porque nunca puderam realizar-se!
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