segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

UM CAMINHO PARA A CIDADANIA

 



UM CAMINHO PARA A CIDADANIA

Mário Ribeiro Martins*



Não se pode falar em cidadania, sem relembrar a necessidade da existência do individuo no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, dentro da família, do grupo, da comunidade e da sociedade em que, eventualmente, possa viver.
Esta qualidade ou estado de cidadão que se traduz por cidadania é tão importante no mundo moderno e, especialmente, no contexto brasileiro, que a própria CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, de 1988, ao elencar os princípios fundamentais da República Brasileira e seu Estado Democrático de Direito, coloca a CIDADANIA em segundo lugar, entre os cinco elementos fundamentais, tão forte quanto a própria SOBERANIA NACIONAL.
Tal a significação do conceito de cidadania que a expressão aparece logo no primeiro artigo da Constituição Brasileira, em seu inciso segundo e em apenas três outras oportunidades, no elenco dos trezentos e quinze artigos que formam a Constituição Nacional.
Visualiza-se, assim, a importância do tema: UM CAMINHO PARA A CIDADANIA. Não se poderia falar sobre o assunto, sem atentar para a existência de uma diversidade de caminhos para se chegar à verdadeira cidadania, daí a razão pela qual o tema poderia ser estudado do ponto de vista filosófico, teológico, sociológico, político, etc.
Mas, se há de convir que o grande caminho para a cidadania é o da inteligência. Mas inteligência aqui, como capacidade da mente para resolver problemas e que não pode ser confundida com a razão que é a faculdade da mente de julgar e discernir o bem e o mal, o verdadeiro e o falso.
A crise do mundo atual é uma crise da inteligência, porque a inteligência não é encontrada ao mesmo nível em todos os indivíduos, daí a particularidade de cada QI(Quociente de Inteligência).
É essa crise da inteligência que provoca o extraordinário drama em que os problemas colocados pelos homens de ação não encontram resposta por parte dos homens de fé e vice-versa.
Ora, se há uma crise da inteligência, ela está umbilicalmente vinculada ao processo educacional que, muitas vezes, não possibilita ao cidadão, o alcance do saber, da verdade e da certeza.
A inteligência é uma iluminação que se faz acompanhar da solução. Aqui entra de novo o conceito de cidadania, eis que a inteligência, como INSIGHT que é, além de ser criadora, aplica-se muito mais ao trabalho.
É instrumento de operações, de funcionamento, relaciona-se mais com a ação e com o viver diário, propondo-se a resolver problemas colocados diante do cidadão que nem sempre corresponde ao que se chama, usualmente, de "homem".
Portanto, não se pode falar em cidadania, no sentido mais perfeccionista do termo, sem que neste caminho haja a inteligência, que se revela sempre através de um ato criador da mente e que é capaz de realizar, desempenhar, concretizar, enfim, a inteligência é um valor de sobrevivência e, como tal, é capaz de conduzir o homem ao verdadeiro momento da cidadania. 

(IMAGEM ATUAL. Anápolis, abril de 1988).



MÁRIO RIBEIRO MARTINS- ERA PROCURADOR DE JUSTIÇA E
ESCRITOR.

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