DE JOELHOS
Mário Barreto França
Abre este livro devagar... Escutas?
Alguém soluça dentro dele, infindo,
Ouve-se nele, assim como nas grutas,
Um rosário de lágrimas caindo...
E os sufocados ais?... São árduas lutas
Dentro do peito o coração ferindo...
Do ódio as bravias ondas, resolutas,
Lançam apodos para um céu que é lindo...
Passa de leve as páginas... Cuidado!...
Pois dentro dele vive o meu passado,
Um rosto a refletir como os espelhos...
E, como sinos a planger dolentes,
A cabeça entre as mãos, por entre dentes,
A minha alma recita de joelhos...
(DO LIVRO ¨DE JOELHOS¨)
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