A VIDA
Filemon Martins
A vida balança, balança,
como se fosse uma árvore
açoitada pelo vento.
Às vezes
é apenas uma brisa que embala as folhas e flores
espalhando o perfume pela floresta.
Outras, o vento ruge e se torna forte,
os galhos das árvores se inclinam e se debatem,
mas não se quebram.
Por alguns momentos, parece que a árvore vai cair.
O rodopio é inevitável,
os galhos são açoitados de um lado para outro,
mas a árvore resiste.
As folhas, sim, essas não conseguem suportar o vendaval
e caem sobre a terra.
Em seguida são arrastadas pelo vento e voam para longe.
Mas, a tormenta passa e a velha árvore
continua de pé, dando sombra e abrigo
aos caminhantes.
E até dando frutos aos que têm fome.
A vida é assim, em meio da procela,
quando a ventania sacode as estruturas,
a vida balança, balança, mas só se dobra
quando o machado e a motosserra da morte chegam.
Então, nem a árvore, nem a vida sobrevivem.
A primeira, porque o homem a corta e a segunda,
porque cumpriu sua missão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário