O ANDARILHO
Filemon Martins
- “Não me fale de amor”, alguém me disse,
- “o amor morreu, já não existe mais”.
E eu retruquei que aquilo era tolice,
- será pecado alguém amar demais?
Ficou parado ali, talvez me ouvisse
que o amor perdoa e espera, sem jamais
querer em troca o favo da meiguice
que perpetua a vida entre os casais.
O tempo foi passando e pela rua
eu vi aquele vulto olhando a lua
perambulando como um peregrino.
E percebi, então, que aquele rosto
marcado pela dor, pelo desgosto,
nunca teve um Amor em seu destino!
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