A BOIADA
Humberto de Campos (Miritiba-MA-1886 - Rio de Janeiro - 1934)
A caminho dos portos e dos curros,
Curvas fazendo ou retidões de réguas,
Desce a boiada, aos corcovões e esturros,
Vencendo estradas de noventa léguas.
Vem das pastagens do Inhamuns. E, entre urros,
A poeira, e as filas de alazões e de éguas,
Erguem-se dorsos, babam-se chamurros,
Chocam-se chifres, num fragor sem tréguas.
Ao pôr do sol é o descansar. Se a lua,
Porém, se alteia no sertão remoto,
A romagem, de novo, continua.
E ao luar chouteando no pastal que medra,
Recorda um monte que, num terremoto,
Chocasse, ondeando, seus cardais de pedra!
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