A BANDEIRA
Olavo Bilac (1865 - 1918)
Não é preciso que eu vos diga o que é este símbolo e o que significam estas continências e estas festas que o glorificam. O entusiasmo que vejo em vossos olhares, o garbo e a disciplina que diviso em vossa atitude, a vossa alegria, o vosso orgulho, a atenção e a simpatia com que me ouvis dizem-me bem que sabeis o que é esta bandeira. Sabeis que este pano é tecido da nossa carne e do nosso espírito, das nossas bênçãos e das nossas lágrimas, do nosso passado de quatrocentos anos de sacrifícios, de trabalhos suados, de heroísmos acumulados, de batalhas sangrentas, de abnegações incomparáveis.
O que fez esta Nação e o que se representa neste lábaro é a coesão dos brasileiros, é a união das aspirações, das vontades de todas as gerações que nos antecederam. A bandeira é a união, o ponto para o qual convergem os olhares e os pensamentos na paz e na guerra; para ela voltam-se, na guerra, os soldados que morrem para salvar a comunhão; voltam-se para ela, na paz, o lavrador que sulca o solo e o navegante que sulca o oceano, o sábio que subjuga a natureza e o artista que embeleza a vida, o professor que gera o civismo e o operário que mantém a riqueza; para ela voltam-se todos os que querem e amam e sofrem para engrandecer a Pátria.
Sede unidos, desde já, nos bancos colegiais, e sede unidos depois, quando governardes o país.
Oremos! Levantemos as nossas almas para a Bandeira. Abençoado seja o Brasil, terra formosa em que tivemos a ventura e o orgulho de nascer, abençoado seja o Brasil, terra querida na qual e pela qual queremos morrer.
(LIVRO ¨PORTUGUÊS BÁSICO¨, JOSÉ BAPTISTA DA LUZ, PÁGINA 19 )
Nenhum comentário:
Postar um comentário