segunda-feira, 21 de agosto de 2023

TROVAS DE LILINHA FERNANDES

 



TROVAS DE LILINHA FERNANDES 

Rio de Janeiro (1891 – 1981)


Abelha que o favo, prova

é o trovador - velho ou novo

fabricando o mel da trova

que adoça a boca do povo.


A cordilheira hoje à tarde,

de um verde claro e bonito,

era um colar de esmeraldas

no pescoço do infinito.


A definição exata

do remorso, está patente:

fino punhal que não mata

mas tira a vida da gente.


Amanhece... Vibra a terra!

O sol que em ouro reluz,

sai da garganta da serra

como uma trova de luz.


A trova é a alma da gente

desventurada ou feliz.

Em quatro versos somente,

quanta coisa a gente diz!


(ENCANTO DAS TROVAS, TOMO VI, VOL. 3, RIO DE JANEIRO, JOSÉ FELDMAN)


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