terça-feira, 15 de agosto de 2023

O GRITO DO POETA

 



O GRITO DO POETA

Filemon Martins



No meu viver de cidadão, proscrito,

carrego a dor imensa do Universo.

Meu canto desolado traz, aflito,

as tristezas do mundo controverso.


De desespero clamo, sofro e grito,

tudo em vão, pois o povo está imerso

na inépcia política do mito,

- não compreende mais o que é perverso.


A Esperança se esvai a cada aurora,

o poder corrompido se agiganta,

parece não haver outra saída...


Meu protesto, em verdade, não tem hora,

minha voz de poeta não espanta

os vendilhões da Pátria adormecida!


 

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