quinta-feira, 31 de agosto de 2023

MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA - POLÍTICA NACIONAL INSTÁVEL

 



MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA

POLÍTICA  NACIONAL  INSTÁVEL 

           Saul Ribeiro dos Santos

📧saul.ribeiro1945@gmail.com



De tempos em tempos os políticos brasileiros entram em turbulência com fortes desentendimentos, provocando forte crise na política e na administração pública, atingindo assim de forma perversa a todos os segmentos da economia, causando desemprego e levando o PIB (Produto Interno Bruto) a apresentar resultados ínfimos e até negativos. 

Os habitantes dos Municípios da Chapada Diamantina e de todo o sertão nordestino sofrem com a instabilidade política do poder central do País. Talvez sofram mais do que os habitantes de outras regiões. 

A política desequilibrada oferece chances para a corrupção e começa a corroer os pilares do sistema da administração pública, fazendo aparecer “rupturas” com  rachaduras maiores e menores em toda parte. Os empresários perdem a confiança nas decisões públicas e os planos para investimentos ficam estancados, prejudicando a população inteira. Neste ponto os políticos perdem a confiança do povo. Assim muitas obras públicas ficam inacabadas (tornando-se inúteis) e outras não podem ser começadas. A nação inteira fica prejudicada. A corrupção aumenta.

As consequências das confusões políticas são terríveis e ameaçadoras. As finanças públicas entram em dificuldades, muitas empresas diminuem a produção ou fecham as portas e os trabalhadores são atingidos pelo desemprego. Parece até que uma boa parte dos políticos não quer conviver com a probidade ou honestidade administrativa. Por vezes muitos políticos e muitas outras pessoas importantes desejam (e às vezes forçam) fazer valer as suas próprias ideias, gerando desentendimentos e causando instabilidade na política, na administração pública e na economia do País, prejudicando assim a nossa região. De tempos em tempos o Brasil enfrenta crises. Crises sempre provocam arranhões e escoriações. Vejamos:

Últimos anos do Regime Imperial. Os últimos anos do regime imperial foram agitados e de muita expectativa. Em 1878 a Princesa Isabel estava em Paris, na França, participando da Exposição Universal, onde foram mostradas as novidades da ciência, da indústria e do comércio. Mais tarde, ao retornar ao Brasil encontrou o País vivendo no modo escravocrata e muita opressão para os mais humildes. Era necessário saber lidar com o problema da escravidão perante grande parte dos políticos. O tempo foi passando e a libertação dos escravos era uma questão de anos ou meses.       

O País estava bipolarizado (dois focos de interesses). De um lado estavam os que desejavam a libertação dos escravos, de forma incondicional. Do outro estavam aqueles que desejavam a libertação lenta e gradual. Também existiam pessoas que não queriam mudanças. Os entendimentos políticos não prosseguiam de modo satisfatório. Em 1887 o imperador sofreu um pequeno colapso, mostrando que a saúde física não estava boa. (1)        

No dia 10/03/1888 pede demissão o Primeiro-Ministro, o Barão de Cotegipe - João Maurício Wanderley (nascido em São Francisco, no Município de Barra do Rio Grande, Bahia). Esse digno baiano e brasileiro honrado, descendente de famílias nobres neerlandesas (ou holandesas), cuja pronúncia do sobrenome é “van der leij” formou-se em Direito e ingressou na política em 1839. Ocupou vários cargos na equipe do governo imperial. Entre as muitas funções que desempenhou estão Ministro da Fazenda – 1875 a 1878 e Pres. do Conselho de Ministros -  1885 a 1888. Com a saída do primeiro-ministro o governo imperial mostrou fraqueza. De tempos em tempos políticos entram em desentendimentos. Vejamos:

Fim do Regime Imperial. Em 1889 as lideranças políticas do País, contrárias ao regime imperial, depois de alguns movimentos e algumas reuniões, somaram ideias políticas e reuniram forças militares, de modo que em 15 de novembro daquele ano foi proclamada a República. D. Pedro II foi destronado, embarcou num navio e foi embora para Portugal. O ex-imperador do Brasil recusou receber a doação de 5.000 contos de réis oferecida pelo governo provisório da República para custear as despesas da viagem e início da vida no exterior - o exílio. (2) 

Deodoro da Fonseca (1889 a 1891). Primeiro presidente do Brasil e uma das figuras centrais da Proclamação da República no País. Após desentendimentos com o Exército, não resistiu à pressão e renunciou em 23/11/1891. 

Washington Luiz (1926 a 1930). Foi deposto em 24/10/1930 pela revolução   de 1930 comandada por Getúlio Dornelles Vargas. Foi deposto do cargo de presidente faltando poucos dias para completar o mandato. Seu governo sofreu as condições impostas pela crise mundial de 1929. 

Getúlio Dornelles Vargas (1930 a 1945) Governou e conseguiu organizar e modernizar o Brasil durante o período de 1930 a 1945. Anos depois, em outubro de 1950, foi eleito presidente da República, pelo voto popular. Tomou posse em 31 de janeiro de 1951 e seu mandato deveria seguir até 31 de janeiro de 1956 (cinco anos). Não aguentou a pressão dos líderes políticos contrários e cometeu suicídio com um tiro no coração (ou na cabeça, como dizem) na madrugada do dia 24/08/1954.

Jânio da Silva Quadros (jan. a ago. de 1961). Foi eleito por esmagadora maioria para exercer o mandato no quinquênio Janeiro de 1961 a Janeiro de 1966. Adotou posições polêmicas durante o seu governo. Renunciou em 25/08/1961, acusando ação de forças ocultas.

João Belchior Marques Goulart, foi eleito como vice-Presidente na chapa de Jânio Quadros. Após a renúncia deste, João Goulart assumiu a Presidência da República num processo tumultuado. Foi aprovado o regime Parlamentarista. Depois, por escolha popular, o sistema voltou ao presidencialismo. O momento não lhe era favorável. O País entrou em fortes agitações políticas de Norte a Sul. Ele tentou resistir, mas foi deposto pela Revolução Militar de 31 de março de 1964.

Fernando Collor de Melo (1990 a 1992). Eleito em dezembro de 1989 com mais de 35 milhões de votos para assumir o mandato de 01/01/1990 a 31/12/1993. A chave da vitória foi “austeridade no governo e combate aos marajás” (funcionários públicos que ganham muito dinheiro para fazer quase nada). No seu governo a inflação avançou. A onda de austeridade durou pouco tempo. Houve denúncias de corrupção contra seus assessores e outros mais. De acordo com notícias da imprensa, (3) o primeiro a denunciar foi Pedro Collor de Melo, seu irmão, apresentando denúncias contra P. C. Farias (Paulo César Farias). Foi constituída uma CPI. Em 6 meses foi confirmado o impeachment, o que lhe custou a renúncia, afastamento da Presidência da República e a inelegibilidade até o ano 2000. Entretanto, o ex-presidente Collor é um político muito hábil.

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Este texto é parte integrante do esboço do livro Chapada Diamantina, em elaboração.   

(1)   Marcos Costa, historiador e professor da UNESP- Campus Assis (SP), em seu livro História do Brasil Para Quem Tem Pressa, pág. n° 91, 1ª. edição. Editora Valentina, Rio de Janeiro – 2016.   

(2)   Enciclopédia Barsa, vol. 12  pág. 179. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda., 1995.   

(3)   Jornal O Estado de S. Paulo, de 30/06/1992.



SOBRE O AUTOR:

SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.

Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das  Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.

Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.



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