MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA
ECONOMIA (Parte V)
AGRICULTURA E EXTRATIVISMO VEGETAL
Saul Ribeiro dos Santos
📧saul.ribeiro1945@gmail.com
A produção brasileira do agro é expressiva, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e no Oeste da Bahia. Os demais Estados também apresentam boa produção agrícola. Há excelente produção de café no Sul de Minas. O Triângulo Mineiro e seus arredores mostram farta produção agrícola. A região Noroeste do Estado de São Paulo também tem grande produção.
O Nordeste do Brasil se destaca na produção de frutas com plantações irrigadas. Abastece o mercado nacional e grande parte é destinada para exportação. Perfuração de poços artesianos, máquinas agrícolas, bons fertilizantes e orientação de agrônomos ajudam a expandir as fronteiras agrícolas.
Produção agrícola comercial. Aqui na Chapada Diamantina é impressionante a produção agrícola em alguns Municípios. Há outros Municípios com produção significativa. Vamos ver os números de alguns produtos em cinco Municípios no ano 2018 apresentados pelo IBGE.
MUNICÍPIO | Produção | Valor = R$ | Rendimento médio p/hectare.
IBICOARA:
Batata inglesa 106.400 t. 138.544 mil 41.401 kg.
Tomate 55.000 t. 67.650 mil 91.667 kg.
Cebola 21.000 t. 37.800 mil 70.000 kg.
Alho 700 t. 3.150 mil 8.750 kg.
BARRA DA ESTIVA
Maracujá 5.300 t. 6.890 mil 10.600 kg.
Café 10.000 t 56,000 mil 1.205 kg.
Manga 800 t. 800 mil 13.333 kg.
Feijão 590 t. 1.207 mil 1.073 kg.
BONITO
Café 8.400 t. 44.800 mil 1.313 kg.
Banana (cacho) 1.600 t. 1.760 mil 16.000 kg.
Feijão 300 t. 750 mil 750 kg.
Maracujá 1.230 t. 1.599 mil 5.591 kg.
LENÇÓIS
Café 400 t. 2.400 mil 800 kg.
Banana (cacho) 200 t. 300 mil 10.000 kg.
Caqui 192 t. 211 mil 12.000 kg.
Tomate 600 t. 840 mil 40.000 kg.
MUCUGÊ
Café 3.929 t. 29.468 mil 2.325 kg.
Tomate 56.430 t. 98.753 mil 95.000 kg.
Batata inglesa 198.720 t. 278.208 mil 48.000 kg.
Alho 1.740 t. 10.440 mil 14.500 kg.
É importante esclarecer que outros Municípios, apesar de os nomes não aparecerem neste relatório aqui apresentado, também se destacam na produção agrícola. Em 2018 vários Municípios apresentaram boa produção. Piatã produziu 1.000 t. de café, cujo valor da produção foi de R$ 7.000 mil e o rendimento médio por ha. foi 909 kg.; Seabra produziu 816 t. de café, cujo valor da produção foi de R$ 5.222 mil e o rendimento médio por ha. foi 583 kg.; Novo Horizonte produziu 780 t. de alho, cujo valor da produção foi de R$ 4.680 mil e o rendimento médio por ha. foi de 6.000 kg.; Iraquara produziu 6.930 t. de tomate, cujo valor da produção foi de R$ 6.930 mil e o rendimento médio por ha. foi 42.000 kg. Há outros Municípios que também apresentam produção. Infelizmente o clima é adverso.
Feijão-de-corda – o plantio ou a cultura familiar do feijão-de-corda é uma tradição aqui nesta região. Até o final do século XX plantar um pedaço de terra, como dizem, com feijão, milho e melancia sempre foi um ponto de honra para todas as famílias. Até as que não possuíam uma roça ou sítio pediam emprestado, ou por favor a algum proprietário e plantavam. Depois da última colheita o restante ficava como pasto para o gado do proprietário.
Feijão-de-corda não é um tipo de lavoura muito exigente quanto às condições hídricas, é resistente a períodos de muitas ou de poucas chuvas, apresenta boa produção e, talvez a razão mais importante é que permite três colheitas no ciclo produtivo. Com o melhoramento genético e com novas tecnologias estão surgindo novas formas de cultivar e assim melhorar a qualidade dos grãos da espécie do feijão.
As regiões Norte e Nordeste do Brasil são as que apresentam maior produção de feijão-de-corda. A Conab calcula que no próximo ano será produzida mais de 600 mil t. Uma parte deverá ser exportada.
Percebe-se que uma boa parte dos Municípios aqui da nossa região precisa contratar agrônomos para analisarem o solo e outras condições para descobrir o que o Município pode produzir mais e de boa qualidade. Até meados do século XX a atividade principal nesta região era a mineradora. Não haviam lavouras comerciais de alta escala. Com o surgimento de máquinas e de novas tecnologias o fiel da balança está se inclinando para o lado agrícola.
Naqueles anos do século XX os municípios com temperatura mais fria desenvolveram plantações de café e assim atendiam as necessidades do consumo da região. Meu avô era comerciante e comprava café em grãos, cereais e outros produtos no atacado (ou em grosso, como chamavam) e vendia no varejo ou a retalho. Eu me lembro que ele comprava quantidade razoável de sacas de café cru, chamado “café das lavras”, que eram transportadas por tropas de animais arreados com cangalhas. Andavam várias léguas até chegar em Ipupiara e outras partes. Durante o século XIX e primeiras décadas do século XX esta vasta região era conhecida como Lavras Diamantinas.
Este texto é parte integrante do esboço do livro Chapada Diamantina, em elaboração.
SOBRE O AUTOR:
SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.
Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.
Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.
Tenho gostado muito da leitura e aprendido sobre vários aspectos sobre a Chapada Diamantina!
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