MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA
ECONOMIA (Parte IV)
Criatórios & Turismo
Saul Ribeiro dos Santos
📧saul.ribeiro1945@gmail.com
CRIATÓRIOS
Vamos retornar a focalizar a nossa história regional e do Brasil. A partir da 2ª. metade do século XX o Brasil vem apresentando alta produção no setor agropecuário. A produção do agro brasileira é expressiva, principalmente nas regiões centro-oeste, Sul e no Oeste da Bahia. Os demais Estados também apresentam boa produção agrícola. O Nordeste se destaca na produção de frutas para o mercado nacional e para exportação.
É importante informar que em alguns Municípios, com território montanhoso ou pequeno território, é expressiva a criação de gado. Os principais rebanhos são os criatórios de gado bovino, caprino e ovino. Em todos os Municípios existe criação familiar de suínos para abastecer o mercado local. Existe também a criação de outros animais.
No tocante aos rebanhos de gado bovino, em 2018 o relatório do IBGE mostrou os números. Temos aqui os cinco maiores rebanhos, que estão nos seguintes Municípios: Macaúbas com 32.528 cabeças de gado bovino, Oliveira dos Brejinhos com 26.515 cabeças. Iramaia com 26.257 cabeças, Utinga com 16.634 cabeças e Caturama com 16.577 cabeças.
Os rebanhos de gado bovino, ovino, caprino e suíno sempre estiveram presentes em todos os Municípios da Chapada Diamantina, garantindo o abastecimento dos mercados da região. Até meados da década dos anos 1950 muitos rebanhos de bois eram comprados e conduzidas pelos vaqueiros em grupos chamados de boiadas. As reses seguiam a pé. O vaqueiro líder ia na frente montado num bom cavalo, tocando o berrante – buzina de chifre usada para controlar a boiada. Ao longo da viagem paravam nos povoados maiores e nas e cidades para descansar, vender e comprar algumas cabeças de gado. Um ou dois dias depois, já com os animais descansados, prosseguiam viagem. Os animais remanescentes eram levados para outras regiões e, quase sempre, para Feira de Santana, onde eram realizadas exposições e negócios. Havia uma balança que pesava várias reses de uma vez.
Hoje em dia os animais são transportados em caminhões com carroceria alta apropriada para esta finalidade. Nos últimos decênios os animais recebem os cuidados sanitários recomendados pelas autoridades. Os criadores estão em processo de seleção e apuração de raças nobres. O governo do Estado, através da SEAGRI e da ADAB reforça a obrigatoriedade de vacinar o rebanho e manter a sanidade dos animais. O setor agropecuário é muito importante para os Municípios.
A aquicultura é uma atividade promissora. Essa atividade econômica começou a ser desenvolvida recentemente. Está em fase de desenvolvimento. A região apresenta os primeiros resultados. Pelos relatórios do IBGE, em 2018 a produção foi a seguinte nos cinco municípios maiores produtores de peixe tilápia, a saber:
Iramaia 36.205 kg., Andaraí 10.000 kg., Nova Redenção 7.250 kg., Ibicoara com 6.453 kg. e Ibipitanga com 2.500 kg. de tilápia mais 4.500 kg. de peixe tambaqui.
Na apicultura há produção de mel. O IBGE publicou os números da produção de mel de abelhas em 2018. Os cinco maiores produtores da região foram os seguintes Municípios, como segue:
Botuporã com 44.100 kg., Brotas de Macaúbas 35.000 kg., Andaraí 18.000 kg., Macaúbas 11.425 kg. e Lençóis com 9.150 kg.
TURISMO
Turismo – conjunto de atividades específicas que ajuda a movimentar a economia em cada Município. O turismo ajuda a criar empregos, especialmente no setor de hotéis e pousadas. Mas o turismo ajuda também a criar empregos no comércio e nos meios de transportes locais. Portanto o turismo envolve atividades que interessam a todos os Municípios da Chapada Diamantina. Dizem os professores e os palestrantes sobre este tema que turista é o viajante voluntário que decide conhecer novos lugares, seja a título de lazer, descanso, aventura ou assistir reuniões ou mesmo jogos esportivos.
Seabra é o ponto-base para turistas que visitam a Chapada Diamantina. A cidade tem bons hotéis, pousadas, restaurantes e pizzarias, de modo que consegue atender todos os visitantes, mesmo nos meses de maior demanda. Existem pequenas agências de turismo. Turistas embarcam numa van e chegam a lugares próximos e distantes, retornando ao cair da tarde. Existem pequenas agências de turismo com veículos apropriados para subir as montanhas por estradas íngremes.
Percebe-se que em cada Município existe alguma forma, algum ponto geográfico que desperta a atenção e o interesse dos visitantes. Cabe à Secretaria de Turismo ou o setor responsável por esta parte enxergar e fazer desenvolver as oportunidades.
A região da Chapada Diamantina tem grande potencial para o turismo de aventuras. Oferece paisagens cinematográficas, córregos, grutas e picos – pontos de grandes altitudes. Oferece belezas singulares. O pico do Barbado tem 2080 m. e o pico do Itobira tem 1970 m. de altitude. Oferece magnífico cenário montado e fixado pelo Grande Arquiteto do Universo. Vale a pena conhecer os pontos turísticos da região.
Um evento importante que semanalmente está presente em todos os Municípios é a feira (feira-livre). Muitas famílias dependem da feira para vender o que produzem nas roças dos sítios. Há pessoas que sustentam a família com o resultado obtido com a venda de produtos adquiridos dos atacadistas. Há feirantes que conseguem expor seus produtos para venda em três Municípios, pois as feiras são realizados em dias diferentes da semana. A feira pode ser considerada como um instrumento de ganha pão para muitas famílias. É como dizem os feirantes e o povo de cada cidade: “A feira merece respeito e precisa ser reforçada, melhorada e ampliada”.
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Este texto é parte integrante do esboço do livro Chapada Diamantina, em elaboração.
SOBRE O AUTOR:
SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.
Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.
Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.

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