terça-feira, 15 de agosto de 2023

COMO ANTES

 



COMO ANTES 

Glória Guedes Di Paizzin


Torturada e descontente.

Porém o que se espera é que se resigne.

Que aceite a dor, como natural.

Como condição de mulher.

Abrigo!

Só na fé.

Espera decepcionante.

Que o mal se aquebrante.

Mulher é seu semelhante.

Não foi tirada do seu pé.

Abrigo.

Só na fé.

Dito popular, não costuma falhar.

Segue, perpetuando.

Como nossas mães.

Sem nada alterar.

Choro contido , submissão, saúde mental em perigo.

Silêncios. Sem confissão.

Só em versos digo.

Já esperando  escrutínio.

Olhos mortais te condenam.

Sentencia. Provará  o veneno.

A pena é solidão.

Ninguém para afastar a amargura do cálice.

Só o cale-se 

A sociedade autoriza, chancela.

Legal.

Mas,  não é moral.

O carasco dos hábitos, costumes.

Arma a forca, conduz a louça

A multidão silenciosa tortura.

E o silencio perdura.

Puxa a corda, pendura.

Eternamente, como antes.


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