segunda-feira, 17 de julho de 2023

MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA - ECONOMIA - PARTE I

 


AGRADECIMENTO

Quero aqui demonstrar meus agradecimentos ao Filemon Martins, escritor, por me conceder publicar no seu blog, desde o mês de maio último, estes meus textos sobre a nossa querida, imensa e importante região, que é a Chapada Diamantina. Me levou a desengavetar e reler os apontamentos que fiz em visitas aos Municípios.

MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA

ECONOMIA (Parte I)

Saul Ribeiro dos Santos

📧saul.ribeiro1945@gmail.com


De acordo com historiadores, os primórdios da economia no mundo dão conta de que os seres humanos primitivos exerciam atividades e planejamentos econômicas medindo as terras para o plantio, colecionando e contando as pedras brancas que julgavam serem as mais importantes, contando os seus rebanhos e realizando outras pequenas tarefas sempre com o objetivo de prosperar...

De modo geral, os seres humanos, cuja natureza é ambiciosa, não se preocupavam apenas com a medição das terras e contagem dos rebanhos de animais, mas se preocupavam e se mostravam também muito interessados com o que podemos chamar “o mais importante”, isto é, se interessavam mais pelo crescimento da quantidade de frutas colhidas e pela quantidade de reses dos rebanhos. Isto significava interesse pelo acúmulo de riquezas.

Conhecimento é necessário para o desenvolvimento. Em todas as atividades humanas, desde os dias da antiguidade, pessoas da zona rural, mesmo sendo pessoas que não sabem ler nem escrever, precisam saber se a terra é boa ou não. Precisam verificar e conhecer o terreno onde pretendem plantar. Precisam observar o tempo e procurar saber qual o melhor período para plantar e para colher a produção da lavoura. É necessário desenvolver o conhecimento para saber quando vai deixar a terra “descansar”. Precisam tomar as providências e adotar o melhor método.

Dizem os professores que método é o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo. (1)

O progresso mundial iniciado principalmente a partir do início do século XX trouxe profundas mudanças e desafios para os seres humanos. A partir do 1° decênio do século XXI, este que estamos atravessando, com o avanço da educação profissional, com avanço da tecnologia e das transações comerciais entre as nações, a economia global passou a exigir que todas as pessoas tomem decisões rápidas e corretas.

Economia - Dizem os professores do assunto em pauta, que a palavra economia surgiu a partir de 1776 com a obra “A Riqueza das Nações”, do escocês Adam Smith. 

A Economia focaliza os problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens; estuda as variações e combinação na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia) na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. (2) É uma palavra, que, considerando a etimologia, significa administração e controle da riqueza ou do patrimônio.

Afirmam ainda os estudiosos do assunto que “o objetivo específico da economia é a sociedade, a coletividade e não o indivíduo”. (3) É também um vocábulo que serve para designar a produção de um determinado lugar ou região em certo período de tempo, época ou ano. Até o final do século XIX a economia se preocupava mais em mostrar a produção e consumo localizados em certas regiões ou países considerados mais desenvolvidos. 

Do início do século XX para cá, a ciência da economia está interessada nos problemas da produção e consumo, não apenas dos problemas localizados, mas também os de forma global.

Aqui na Chapada Diamantina, até o final da 3ª década do século XX a economia estava apoiada basicamente na prospecção de diamantes, carbonado, ouro e cristal de rocha ou quartzo, contudo havia pequenos criatórios de gado. A exploração das riquezas minerais fez surgir nesta região uma classe de trabalhadores muito útil e conhecida: os garimpeiros. Para os trabalhos de garimpagem eram utilizados instrumentos simples, como bateia, gamela, peneira, enxada - instrumentos conhecidos naquele tempo aqui na região. Não se utilizavam dragas, motores nem bombas de sucção.

Esta região muito contribuiu e participou das exportações brasileiras. Desta região saíram milhares de diamantes e toneladas de cristal, produtos de grande aceitação no mercado internacional. Lençóis com suas adjacências foi o maior centro produtor de diamantes. A produção e a procura só diminuíram após a descoberta de jazidas na África do Sul.

No alvorecer do século XIX, a indústria mineradora do Brasil, que se iniciara sob tão brilhantes auspícios e absorvera durante cem anos o melhor das atenções e atividades do País, já tocava sua ruína final. (4)

De tempos em tempos o Rei de Portugal e mais tarde o Imperador do Brasil assinavam e publicavam leis controlando a produção de ouro e diamantes e assim exerciam o monopólio do comércio de compra e venda desses minérios. Diamantes e carbonados foram extraídos em quase todos os Municípios, mas principalmente em Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. Ouro - outro mineral valioso, foi extraído nos Municípios de Rio de Contas, Andaraí, Água Quente (atual Érico Cardoso), Gentio do Ouro, Ibitiara e outros.

Não se pode esquecer de que na 2ª metade do século XX toneladas e toneladas de chumbo, galena e outros minerais foram extraídos no Município de Boquira. Atualmente o Município de Novo Horizonte está em evidência na produção mineral, com a produção do rutílio – um mineral com brilho intenso e grande valor, que contém dióxido de titânio. Parte do Município de Ibipitanga também produz este minério. É digna de nota a produção do mármore azul no Município de Macaúbas. Atualmente existem empresas que exploram ouro no Município de Ibitiara. Aliás, Ibitiara é uma palavra de origem indígena que significa “terra do ouro”.

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Nota: Este texto é parte integrante do esboço do livro Chapada Diamantina, em elaboração.



(1)   Fundamentos da Metodologia Científica. pág. 83. Livro escrito pelas professoras Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi, Editora Atlas S/A., São Paulo – SP., 1995.

(2) Dicionário de Economia, livro escrito pelo Dr. Paulo Sandroni, formado em economia pela Universidade de São Paulo, professor da PUC-SP e da FGV-SP. Lecionou no Chile e na Colômbia. Editora Best Seller, São Paulo, 1989.

(3) Enciclopédia Barsa, vol. 6 pág. 373. Encyclopaedia Britânica do Brasil Public. Rio de Janeiro – 1995.

(4) Formação do Brasil Contemporâneo, pág. 177. Livro escrito pelo professor, historiador e filósofo Dr. Caio Prado Jr. Companhia das Letras, Editora Schwarcz, 2011 – São Paulo, SP.


SOBRE O AUTOR:

SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.

Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das  Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.

Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.


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