ANTONIO CONSELHEIRO E AS VINTE E CINCO IGREJAS
Carlos Araújo
(Observação do Blog: este poema foi composto com 24 estrofes. Para facilitar a publicação, dividimos o poema em 4 partes de 6 estrofes) - Continuação...
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Cresceu assim o menino
Estudando o português,
Geografia e francês
Lá em Quixeramobim.
Teve aulas de latim
Lá na escola do avô.
Aos estudos se entregou,
Teve boa formação,
Pois o pai tinha a intenção
De fazê-lo confessor.
8
No ano cinquenta e cinco
No dia cinco de abril
Seu Vicente sucumbiu –
Morreu seu progenitor.
Só deixou tristeza e dor
E tudo que pôde herdar
Foi três irmãs pra cuidar
E um comércio falido,
Muito fiado vencido
E contas para pagar.
9
Casou em cinquenta e sete
Bem no início de janeiro
Em sete do mês primeiro
Com a jovem Brasilina.
Esse fato determina
Mudança de profissão.
Ele atendeu em balcão
Foi rábula e professor,
Constantemente mudou,
Parecendo em procissão.
10
Seu casamento ia bem,
Nasceram duas crianças.
Renovaram as esperanças
De futuro promissor.
Porém, teve o dissabor
De ver a sua mulher,
A companheira de fé,
Fugir com policial
Numa conduta imoral
Sem explicação qualquer.
11
Novamente se mudou
Após aquele ocorrido.
Ficou bastante abatido
Com “desmanche” do seu lar.
Tempos depois viu chegar,
Com Joana, mais um filho
Quando já era andarilho
Por todo o seu Ceará.
Qualquer cidade a cruzar
Já não era um empecilho.
12
No ano setenta e três
A fronteira cruzaria
E foi visto na Bahia
Já em peregrinação.
Tinha a determinação
De quem tem objetivos
E dava muitos motivos
Para alguém acreditar
Que promessa ia pagar
Aqui no mundo dos vivos.

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